Histórico, épico, impensável! Escolha o adjetivo que desejar, e ele se enquadrará perfeitamente no que Rebeca Andrade fez nesta segunda-feira (5/8) na Arena Bercy. A brasileira alcançou o que parecia inalcançável: superou a lenda Simone Biles e faturou a medalha de ouro no solo da ginástica artística na Olimpíada de Paris 2024.
Rebeca não se abateu. Pouco mais de uma hora antes de celebrar o título olímpico a brasileira de 25 anos havia se frustrado com o quarto lugar na final da trave – prova em que Simone Biles também errou e terminou na quinta colocação. Mas ela estava obstinada a fazer história. E fez.
Foi uma apresentação de altíssimo nível de Rebeca Andrade, que alcançou 14.166 no solo – neste momento, já sabia que dificilmente ficaria sem medalha. Mas o ouro dependia, fundamentalmente, de falhas de Biles.
E aconteceu. A ginasta executou a série com nível de dificuldade altíssimo, mas pisou duas vezes fora do tablado e recebeu 14.133. Com isso, ficou com a prata.
A estadunidense Jordan Chiles ficou com o bronze após revisão de nota que a levou para 13.766, tirando a romena Ana Barbosu (13.700) do pódio.
Rebeca Andrade, a maior de todos os tempos
Com o resultado, Rebeca Andrade chega sobe ao pódio pela sexta vez e se isola como a maior medalhista olímpica da história do Brasil. A paulista de Guarulhos supera outras lendas do esporte nacional: os velejadores Robert Scheidt e Torben Grael, que têm cinco medalhas cada.
A história começou em Tóquio 2020. Na ocasião, Rebeca Andrade conquistou duas medalhas: o ouro no salto e a prata no individual geral.
Depois, em Paris, quatro pódios em uma mesma Olimpíada – algo que nenhum outro brasileiro conseguiu. Rebeca faturou o ouro no solo, a prata no salto e no individual geral e o bronze por equipes.
Maiores medalhistas do Brasil em Olimpíadas
- Rebeca Andrade (ginástica artística): 6 medalhas (dois ouros, ouro, três pratas e um bronze);
- Robert Scheidt (vela): 5 medalhas (dois ouros, duas pratas e um bronze);
- Torben Grael (vela): 5 medalhas (um ouro, três pratas e um bronze);
- Serginho (vôlei): 4 medalhas (dois ouros e duas pratas);
- Isaquias Queiroz (canoagem): 4 medalhas (um ouro, duas pratas e um bronze);
- Gustavo Borges (natação): 4 medalhas (duas pratas e dois bronzes);
- Marcelo Ferreira (vela): 3 medalhas (dois ouros e um bronze);
- Bruninho, Giba, Dante e Rodrigão (vôlei): 3 medalhas (um ouro e duas pratas);
- Ricardo e Emanuel (vôlei de praia): 3 medalhas (um ouro, uma prata e um bronze);
- Cesar Cielo (natação), Fofão (vôlei) e Rodrigo Pessoa (hipismo): 3 medalhas (um ouro e dois bronzes);
- Mayra Aguiar (judô): três medalhas (três bronzes).
Glória máxima
A medalha no solo coroa uma participação memorável de Rebeca Andrade em Paris 2024 e a livra da frustração de ter ficado fora do pódio na trave.
Mais cedo, ainda nesta segunda-feira, a brasileira se decepcionou ao terminar em quarto lugar. A prova foi atípica e também teve a lenda Simone Biles, quinta colocada, fora do pódio.
Instantes depois, Rebeca Andrade estava de volta para a decisão do solo. Desta vez, com tudo dentro do script e a medalha no peito.
Última Olimpíada de Rebeca Andrade?
Esta pode ter sido a última final olímpica de Rebeca. A brasileira admitiu mais de uma vez que não sabe se irá aos Jogos de Los Angeles 2028.
Porém, deixou essa possibilidade em aberto. Uma alternativa que Rebeca estuda é não competir mais no individual geral, para focar em provas específicas, por conta das lesões que já sofreu na carreira.