Pouco antes de conquistar o ouro no solo da ginástica artística da Olimpíada de Paris 2024, nesta segunda-feira (5/8), Rebeca Andrade passou por momento frustrante: por “um triz”, ficou sem medalha na prova da trave.
A ginasta paulista ficou em quarto lugar, com nota 13.933, 0.067 a menos que a italiana Manile Esposito, que ficou com o bronze. O resultado gerou grande revolta entre os torcedores brasileiros na internet, que questionaram em peso a avaliação dos jurados da prova.
Rebeca, no entanto, deixou claro que a situação não a abalou para a disputa do solo: “Pra mim foi bem tranquilo. Não era para acontecer, e tá tudo certo. Eu sou a quarta melhor do mundo, eu aceito. Não foi a minha melhor série, mas também não foi uma série ruim e isso já é algo excelente na minha cabeça. É claro que eu queria ter feito todas as ligações, eu queria ter feito toda a série para a qual me preparei, acontece. Eu saí de lá rindo, conversando com a minha psicóloga, com a médica, eu fui para o solo feliz e falei ‘Senhor eu entrego nas suas mãos, mas eu vou fazer a minha parte. Se eu merecer, eu sei que vai acontecer, mas se não acontecer também está tudo certo’.
É uma preocupação que as pessoas que estão vendo de fora sentem mais que a gente. Talvez se eu tivesse feito uma série ruim (na trave), eu me preocupasse e ficasse triste, mas não foi, sei que fiz o meu melhor, e isso pra mim é o suficiente. Eu fui para o solo para fazer o meu melhor também, fiz o meu melhor e foi suficiente
Rebeca Andrade, após a conquista do ouro no solo
Rebeca explica apresentação na trave
A ginasta brasileira explicou que não conseguiu fazer toda a apresentação que havia planejado: “Eu fui para fazer tudo, só que não deu. Acontece, a gente erra, o quadril sai, a trave é assim, se você sai um pouco do eixo, não consegue fazer algumas coisas. Eu fiz uma série muito limpa, mas com dificuldade um pouco mais baixa. Mas não foi uma série ruim”.
Comentarista do Sportv e ex-atleta olímpica, Daniele Hypólito explicou que a ausência de parte importante da prova de Rebeca foi decisiva para que ele não conseguisse medalha: “Ela fez uma prova muito boa, mas perdeu uma ligação, a maior dela. isso faz diferença para o bronze. Se ela tivesse feito reversão sem mãos ligada com espacato na cabeça, teria ganhado 0.20 e beliscado o bronze”.
Rebeca Andrade fez história em Paris 2024
Em Paris 2024, a ginasta se tornou a primeira atleta do Brasil, entre homens e mulheres, a conquistar quatro medalhas em uma mesma Olimpíada.
Bronze por equipes, prata no individual geral, no salto e ouro no solo: esse foi o incrível desempenho de Rebeca em Paris. Com os quatro pódios, ultrapassou Isaquias Queiroz. Na Olimpíada do Rio, em 2016, o canoísta medalhou três vezes: bronze no C-1 200 e prata no C-2 1000 e no C-1 1000.
Maior medalhista do Brasil em Jogos Olímpicos
Além disso, Rebeca Andrade se tornou a maior medalhista do Brasil, entre homens e mulheres, na história dos Jogos Olímpicos. Além das quatro conquistas em Paris, é dona de um ouro no salto e uma prata no individual geral em Tóquio 2020.
O recorde pertencia aos velejadores Robert Scheidt, Torben Grael, ambos com cinco medalhas – dois ouros, duas pratas e um bronze.