Quando Rebeca Andrade conquistou a medalha de ouro no solo nesta segunda-feira (5/8), nos Jogos Olímpicos de Paris 2024, o Brasil inteiro celebrou sua vitória histórica. Aos 25 anos, a ginasta brasileira desbancou a lendária americana Simone Biles e subiu ao topo do pódio, alcançando uma marca até então considerada inalcançável. Essa conquista, no entanto, não é apenas fruto de sua determinação e talento, mas também do legado e inspiração de Daiane dos Santos, considerada uma pioneira na ginástica artística brasileira.
Rebeca Andrade brilhou na Arena Bercy com uma apresentação que lhe rendeu 14.166 pontos. Esse desempenho garantiu sua medalha de ouro, superando Biles, que cometeu erros cruciais e recebeu 14.133 pontos, ficando com a prata. A norte-americana Jordan Chiles completou o pódio com o bronze, após revisão de nota. Com essa vitória, Rebeca isolou-se como a maior medalhista olímpica do Brasil, superando os icônicos velejadores Robert Scheidt e Torben Grael.
Mas a trajetória de Rebeca não começou em Paris. Suas primeiras medalhas olímpicas vieram em Tóquio 2020, onde conquistou o ouro no salto e a prata no individual geral. Em Paris, ela superou suas próprias marcas, subindo ao pódio quatro vezes em uma única Olimpíada. Essa sequência de conquistas reflete a influência de Daiane dos Santos, uma verdadeira mentora e inspiração para Rebeca.
“A Dai foi uma grande referência para mim, era com quem eu me identificava, e sempre me tratou super bem desde pequenininha. É muito bom quando a gente tem referência e um espelho. As meninas brigaram bastante para que hoje a gente tenha ainda mais suporte. É uma honra estar num esporte onde as pessoas te escutam, respeitam e fazem o melhor para você”, exaltou Rebeca.
Daiane dos Santos pioneira brasileira em conquistas
Daiane dos Santos, nascida em Porto Alegre, fez história ao ser a primeira ginasta brasileira a ganhar uma medalha de ouro em um Campeonato Mundial. Sua vitória no solo em Anaheim 2003 foi um marco, colocando o Brasil no mapa da ginástica artística mundial. Além disso, Daiane tem movimentos únicos que levam seu nome: o Dos Santos I (duplo twist carpado) e o Dos Santos II (duplo twist esticado), movimentos que demonstram sua criatividade e habilidade técnica excepcionais.
Ao longo de sua carreira, Daiane conquistou inúmeras medalhas em etapas da Copa do Mundo e foi uma figura central em três Olimpíadas: Atenas 2004, Pequim 2008 e Londres 2012. Apesar de não ter conquistado medalhas olímpicas, suas vitórias em campeonatos mundiais e pan-americanos pavimentaram o caminho para futuras gerações de ginastas brasileiras. Rebeca Andrade é, sem dúvida, uma das maiores beneficiárias desse legado.