As autoridades da Romênia protestaram vigorosamente, nesta terça-feira (6/8), contra o tratamento “desonroso” que duas das ginastas do país teriam sofrido na final do exercício de solo da Olimpíada de Paris 2024 nessa segunda-feira (5/8), em que a brasileira Rebeca Andrade conquistou a medalha de ouro ouro.
Ana Barbosu e Sabrina Voinea ficaram de fora do pódio da final, atrás de Rebeca, da estrela estadunidense Simone Biles, que ficou com a prata, e da também estadunidense Jordan Chiles, que foi bronze.
As duas ginastas romenas criticaram a forma como a prova foi desenvolvida e deixaram a Arena Bercy aos prantos.
Medalha revertida
Ana Barbosu, de 18 anos, foi inicialmente anunciada como medalhista de bronze, e até trouxe a bandeira romena para comemorar, antes de ser rebaixada para a quarta posição porque os juízes haviam reavaliado para cima a pontuação de Chiles.
Sabrina Voinea, quinta colocada, contestou sem sucesso o resultado. “Fiz meu melhor exercício” e “não entendo por que fui penalizada. Sei que merecia uma nota melhor”, disse a ginasta de 17 anos à imprensa.
Mãe e treinadora dela, Camelia Voinea, anunciou sua aposentadoria do circuito logo depois no Facebook.
Lenda da ginástica entrou no debate
A lenda da ginástica Nadia Comaneci, romena, entrou no debate saindo em defesa das duas jovens em série de mensagens na rede X (antigo Twiter), nas quais pedia para rever a qualificação de Sabrina Voinea e garantir a “saúde mental” das atletas.
Autoridades subiram o tom
Perante o escândalo, a Federação Romena de Ginástica anunciou, nesta terça-feira, a sua intenção de apresentar dois processos perante o Tribunal Arbitral do Esporte (CAS), disse à AFP a presidente da instituição, Carmencita Constantin.
O primeiro-ministro ainda declarou que não irá participar na cerimônia de encerramento dos Jogos Olímpicos de Paris 2024, no próximo domingo.
“Nossas atletas foram tratadas de maneira totalmente desonrosa”, disse Marcel Ciolacu, que falou de “flagrante injustiça”.
O chefe do governo romeno prometeu a ambas que serão “tratadas como campeãs olímpicas” no regresso ao país, onde os medalhistas de bronze têm direito a uma recompensa de 60 mil euros.