Rio de Janeiro – Jade Barbosa tinha 12 anos quando Daiane dos Santos conquistou o mundo. A histórica e inédita medalha de ouro em Anaheim 2003 fez a campeã se tornar, ainda mais, uma referência para a adolescente – e para todo o Brasil. Porém, poucos anos depois, a “novata” ingressou na Seleção de Ginástica Artística e até recebeu uma “bronca” do ícone.
Essa história foi relembrada por Jade no evento do Comitê Olímpico do Brasil, no Rio de Janeiro, na terça-feira (13/5). Na ocasião, o COB homenageou Daiane dos Santos, que entrou no Hall da Fama da entidade. A ex-companheira de treinamentos na ginástica foi convidada pela organização para falar sobre a premiada no palco.
Mas antes disso, Jade Barbosa conversou com o No Ataque e relembrou o início de carreira. Precoce, a atleta ingressou na Seleção de Ginástica Artística no ciclo rumo a Pequim 2008 ainda na adolescência, começando a conviver com a referência. E esse relacionamento rendeu uma “bronca” de Daiane para que Jade a tratasse nos treinamentos como uma colega de equipe e não mais como uma ídolo.
“A minha seleção, a primeira que fiz parte, de 2005 a 2008, é de mulheres fortes. Eu já tinha a Daniele Hypólito no ginásio como espelho, sempre a vi muito, mas a Daiane… O meu primeiro encontro foi dentro de um cenário de Seleção. Foi até complicado porque eu era muito muito fã, e ela ficou: ‘Ou, você faz parte da equipe, tem que subir no aparelho'”
Jade Barbosa, ginasta brasileira
“Porque quando você chega, e você é muito fã de alguém lá, você fica babando. Você nem consegue prestar atenção que tem que treinar. E essa situação foi difícil para mim porque eu admirava ela muito. […] Então, eu tive ela muito como líder de equipe. Todos os valores que passo às mais jovens, eu tive muito de influência dela”, complementou.
A influência de Daiane dos Santos, que se aposentou em 2012, na carreira da ginasta, que segue em atividade, foi vista até quase duas décadas depois do primeiro contato das atletas. Aos 32 anos, Jade Barbosa liderou a Seleção Brasileira de Ginástica Artística na conquista da primeira medalha olímpica por equipes: o bronze em Paris 2024, ao lado das “jovens” Flávia Saraiva, Júlia Soares, Lorrane Oliveira e Rebeca Andrade.
Homenagem do Hall da Fama do COB
O Comitê Olímpico do Brasil (COB) promoveu na noite de terça-feira (13/5), no Copacabana Palace, no Rio de Janeiro, um evento para homenagear quatro atletas que entraram para o Hall da Fama da entidade. Daiane dos Santos, da ginástica artística, Edinanci Silva, do judô, Gustavo Kuerten, o Guga, do tênis, e Afrânio Costa, do tiro esportivo – que morreu em 1979 -, foram os ícones do esporte brasileiro escolhidos para que a trajetória seja celebrada e premiada.
Daiane, Edinanci e Guga estiveram no evento no tradicional bairro de Copacabana e deixaram as marcas com mãos ou pés, enquanto Afrânio foi representado pela sobrinha-neta Cristina Ferraz. Os moldes estarão disponíveis no Centro de Treinamento do COB, e todos os detalhes da vida de cada um dos atletas está disponível na página digital do Hall da Fama do COB, que foi criado em 2018 e já contava com 35 atletas, chegando à marca de 39 ícones brasileiros.
O repórter viajou ao Rio de Janeiro a convite do Comitê Olímpico Brasileiro para participar de eventos no Rio de Janeiro e acompanhar in loco a homenagem. Acompanhe o No Ataque para ver os desdobramentos dos eventos na capital carioca.
