Um dos confrontos mais esperados do jiu-jitsu não ocorrerá no ADCC 2024. O tetracampeão mundial da IBJJF, o cearense Victor Hugo, de 27 anos, da equipe Six Blades, anunciou nesta terça-feira (4/6) que não vai mais participar da maior competição de grappling do mundo. Ele deixou de lado o convite do Abu Dhabi Combat Championship para disputar o CJI (Craig Jones Invitational) – nova competição que oferece um prêmio de 1 milhão de dólares ao campeão – aproximadamente R$ 5,2 milhão.
Em um comunicado divulgado no Instagram, Victor Hugo surpreendeu os fãs da arte suave. “Depois de conversar com Craig Jones e sua equipe nos últimos dias para entender melhor sua missão, decidi que estou 100% de acordo com eles e muito animado para fazer parte do primeiro CJI”, afirmou o atleta.
E agora, Meregali?
Dessa forma, o gaúcho Nicholas Meregali, de 30 anos, não terá o esperado combate pela frente no ADCC. Os dois lutadores se desafiaram diversas vezes para uma luta No-Gi nos primeiros meses de 2024.
Segundo o site BJJ Heroes, Victor Hugo e Nicholas Meregali já se enfrentaram cinco vezes na faixa-preta, sendo que o gaúcho leva a melhor no confronto com quatro vitórias, equanto o atleta cearense tem um triunfo.
A primeira luta registrada foi disputada em 2019, no BJJ Stars, com vitória de Meregali nos pontos (6 a 2). No ano seguinte, Victor Hugo deu o troco no Who’s Number One com um triunfo também nos pontos (2 a 0).
No Mundial de 2021, eles se enfrentaram duas vezes: na semifinal do peso e nas quartas de final do absoluto. O gaúcho venceu ambos os confrontos por vantagens. Entretanto, a competição daquele ano ficou marcada pela desclassificação de Meregali, que fez um gesto obsceno para a torcida depois de vencer Victor Hugo na categoria pesadíssimo.
A última luta entre eles foi disputada com kimono na final do GP Absoluto da IBJJF, em setembro de 2023, quando Meregali venceu Victor Hugo por 2 a 0 nos pontos.
Victor Hugo busca prêmio milionário?
No Instagram, Victor Hugo ainda explicou o motivo de sua decisão com uma crítica indireta, sem mencionar o ADCC. “Como atletas profissionais, o mínimo que podemos pedir é um tratamento igual ao de nossos colegas do setor, mais transparência e boas práticas comerciais. Unidos somos fortes e isso impulsionará o esporte de uma forma nunca vista antes”, comentou.
O tetracampeão mundial reforçou que a decisão de abandonar o ADCC para participar do CJI tem o único objetivo de ajudar a valorizar os atletas. “Sim, 1 milhão de dólares é o maior prêmio já visto no grappling e poderia mudar minha vida, mas tive a sorte de ter tomado boas decisões sob a orientação de amigos muito talentosos. Durante os últimos anos, consegui criar bons negócios e agora tenho uma vida estável”, ponderou.
“Portanto, para mim, essa decisão tem a ver com defender o que acredito ser certo. Sou um dos melhores atletas desse esporte há algum tempo e agora acredito que meu nome tem peso suficiente para tomar uma posição que nos ajudará a mudar o futuro do esporte para melhor”, completou.
