Campeão dos pesos-pesados, o brasileiro Fabrício Werdum revelou que lida com lesão inoperável no cérebro por conta de pancadas sofridas nas lutas. A declaração foi feita no processo antitruste, em que os atletas alegam que o UFC fez uso de práticas ilegais para frear o crescimento de concorrentes e ficar com monopólio no mercado.
No depoimento, Werdum cita outros problemas de saúde e argumenta que o andamento do processo, juntamente com a indenização, seria fundamental para que ele tratasse a lesão.
“Enquanto lutava pelo UFC, sofri muitas concussões. Temo que durante a minha carreira tenha sofrido traumatismo cranioencefálico (TCE) e esteja notando sintomas comuns com TCE e CTE (encefalopatia traumática crônica), incluindo irritabilidade, raiva, ansiedade, insônia e perda de memória. Tenho muitas lesões e cicatrizes no cérebro e tenho um cisto localizado centralmente no cérebro, tornando a cirurgia até agora impossível.”
“Monitoro esse cisto com exames semestrais para determinar se ele está crescendo. Até o momento, nenhum tratamento para CTE foi encontrado. Isso (acordo) seria realmente um dinheiro que mudaria a minha vida e a de outros membros da classe. Esses fundos também permitiriam que eu e minha família concluíssemos a construção da nossa casa no Brasil”, falou.
Os lutadores envolvidos no processo relatam que os contratos faziam parte de um esquema ilegal para diminuir os salários e direito dos atletas em relação ao UFC.
Até então, o acordo oferecido pelo Ultimate é em torno de 375 milhões de dólares (R$ 2 bilhões), apenas para o “caso Le”, que inclui os lutadores do período de 2010 até 2017.
Anteriormente, o UFC havia acordado que o valor de indenização seria de 335 milhões de dólares (R$ 1,8 bilhões), para colocar um ponto final tanto no “caso Le”, quanto no “caso Johnson” (lutadores do período de 2017 até o presente). Contudo, a proposta foi negada pelo juiz Richard Boulware.
O julgamento do caso está marcado para o dia 3 de fevereiro de 2025.