Desde a primeira edição, em 2022, o BJJ Storm faz jus ao nome: chegou como uma tempestade, transformando o cenário do jiu-jitsu em Minas Gerais. Em pouco tempo, o evento criado pelo faixa-preta multicampeão e empresário Cláudio de Mattos Cardoso, mais conhecido como Caloquinha, se tornou uma referência nacional. Mas o que explica essa ascensão tão rápida em um esporte com tantas competições tradicionais?
Às vésperas do próximo BJJ Storm, campeonato que será disputado neste fim de semana, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, o No Ataque recebeu Cláudio Caloquinha para um bate-papo sobre as novidades e bastidores da organização do evento que já vai para a 11ª edição.
O BJJ Storm 11 neste sábado (22/3) e domingo (23/3), no Sesc Contagem, vai contar com sete áreas de lutas para receber cerca de 1.300 atletas em um campeonato com crianças, jovens e adultos, incluindo 75 superlutas valendo cinturão. Entre os inscritos, estão quase 200 faixas-pretas.
O evento deste fim de semana ainda será o pontapé inicial para a pontuação dos lutadores no ranking, que vai premiar atletas de todas as graduações, oferecendo ao melhor colocado de cada faixa a chance de competir no Mundial da IBJJF (International Brazilian Jiu-Jitsu Federation) de 2026, na Califórnia, nos Estados Unidos, com a passagem paga.
Além do BJJ Storm 11, o evento terá mais três edições neste ano: em maio, agosto e novembro.
Como o BJJ Storm cresceu tanto
Segundo Caloquinha, o segredo para o crescimento do BJJJ Storm em apenas três anos está na preocupação dos organizadores com os mínimos detalhes, que muitas vezes são ignorados por outros eventos de jiu-jitsu.
“A gente tem um cuidado muito especial em relação ao cronograma. Coisa que na minha época não tinha muito isso. Chegava no ginásio as chaves [da competição] estavam pregadas na parede. Eu chegava oito da manhã e às vezes só lutava cinco da tarde, sem comer, fazendo dieta e tudo. Hoje a gente consegue marcar o horário e ser pontual, respeitando todos os presentes: atletas, professores e público. O público vai para assistir um certo atleta, e ele sabe o horário certo pela internet”, ressaltou.
A estrutura também é um diferencial para Caloquinha. Em cada edição, o BJJ Storm emprega aproximadamente 150 profissionais entre seguranças, coordenadores, equipe de arbitragem e até um serviço de limpeza contínuo, algo raro em eventos da modalide no Brasil.
“Procuramos entregar tudo da melhor qualidade, independentemente do custo que o evento vai ter. Acredito que quando fazemos de coração, Deus está vendo. Quando o próposito é maior do que o lucro, o lucro virá naturalmente. Vamos entregar um evento com uma medalha de qualidade, uma premiação gigantesca, neste ano teremos mais de R$ 150 mil para os absolutos, fora os rankings com passaporte”, salientou.
“Fizemos um cinturão maravilhoso, mais caro, tem evento que faz cinturão meia-boca… A gente paga também uma equipe de limpeza, coisa que é quase inédita no Brasil. Você chega para lutar e encontra um vestiário limpo. Tem uma equipe que vai limpando o ginásio durante todo o evento. Estamos fazendo essa investimento, é um evento realmente caro. Creio que estamos no caminho certo. Agora é a galera abraçar, entrar, lutar e dar show”
Cláudio Caloquinha, presidente do BJJ Storm
Veja a entrevista completa com Cláudio Caloquinha
O que é preciso para se consolidar
O sucesso do BJJ Storm também está atrelado à maneira como o evento se conecta com os valores sociais e a transformação que o jiu-jitsu promove na vida dos participantes. Para Caloquinha, não basta apenas estruturar o evento com qualidade. O segredo está em mostrar o impacto positivo que ele tem, especialmente nas comunidades mais carentes.
“É mostrar nosso trabalho, seriedade, o impacto social que o evento faz que é maravilhoso. Mostrar a importância do jiu-jitsu e da competição na transformação de vidas, em tirar muitas das crianças que têm a oportunidade do crime ali muito mais fácil, com mais dinheiro e tudo, e mostrar o caminho correto. Acho que todo ser humano de coração que vê um projeto impactando vidas, ele vai investir naquilo, porque está fazendo o bem ao próximo, que é um dos grandes propósitos que a gente tem com Jesus, sem querer nada em troca”, comentou.
Projeto Social Jiu-Jitsu Consciente
Além do evento, Caloquinha se dedica a projetos sociais voltados para o jiu-jitsu e o impacto positivo que ele pode ter na vida de jovens em comunidades carentes. Um dos principais projetos em que ele está envolvido é o Jiu-Jitsu Consciente, que busca levar o esporte e o apoio necessário para crianças que enfrentam dificuldades em casa e na comunidade.
“Estou até montando uma associação para abraçar um projeto social no Morro do Papagaio [em Belo Horizonte]. Já tenho um projeto que não é oficial, o Jiu-Jitsu Consciente, que comecei fazendo doação, ia nas comunidades levando caminhão de alimentos e a galera abraçava, investia e tal”, iniciou.
“Agora quero fazer uma parada realmente de verdade, com o jiu-jitsu como principal ferramenta, mas ali dentro vai ter um psicólogo, porque muitas das crianças têm problemas dentro de casa, tudo o que acontece ali dentro da comunidade, que eu consegui ver mais de perto, quero auxiliar essas crianças. Proporcionar uma profissão, ter uma educação financeira e desde cedo aprender um inglês. Vamos estruturar esse projeto e tenho certeza que vai ser uma referência para ter outros projetos fazendo igual ao Jiu-Jitsu Consciente”, concluiu.
BJJ Storm 11
- Datas: 22 e 23 de março de 2025
- Local: Sesc Contagem
- Endereço: Rua Mantiqueira/Portaria 2 – B. Novo Riacho, Contagem – MG
- Entrada: R$ 15,00 + 1kg de alimento não perecível ou R$ 20,00 (sem o alimento)