A repercussão da briga generalizada no Spaten Fight Night ganhou uma análise aprofundada nesta segunda-feira (29/09). No podcast Connect Cast, o apresentador Alexandre Lemos e o narrador do UFC Leandro Mamute examinaram as cenas e foram taxativos: a confusão começou com a invasão do corner de Acelino Popó Freitas, mas a responsabilidade se estende a todos que participaram da agressão, com exceção dos próprios lutadores, que tentaram apaziguar a situação.
Durante a transmissão, os especialistas apontaram o paradoxo da noite: os homens que acabaram de lutar foram os mais profissionais no momento do caos, enquanto suas equipes agiram de forma “menos profissional”.
O estopim: ‘A equipe do Popó começou’
Para os debatedores, as imagens são claras sobre quem iniciou o movimento que levou à briga. Leandro Mamute destacou a atitude do time de Popó ao fim da luta.
“O pessoal do corner do Popó, eles nem olham pro Popó, eles já ultrapassam as cordas já em direção ao Wanderlei, né? Isso para mim fica muito claro nas imagens”, afirmou Mamute.
Alexandre Lemos concordou e foi direto ao ponto, mas ponderou que a vontade de brigar era mútua. “Quem começou? A equipe do Popó. Isso é inegável”, disse, antes de complementar. “Para mim, todo mundo que entrou ali já queria brigar, brother. Já queria brigar. Não tem santo”.
Lutadores pacificadores, corners agressores
O ponto mais enfatizado na análise foi o comportamento exemplar dos protagonistas do evento em meio ao caos. Alexandre Lemos elogiou a postura de Wanderlei Silva, que, mesmo com o apelido de “Cachorro Louco”, agiu com consciência.
“O Cachorro Louco não é tão louco assim, porque ele foi o mais consciente de todos, junto com o Popó, na hora da briga. Foram os mais profissionais, e a galera do corner foram os menos profissionais”, declarou.
O prejuízo para o esporte: ‘Voltar a marginalizar’
Ambos lamentaram o impacto negativo do episódio, transmitido ao vivo em rede nacional pela TV Globo, para a imagem das artes marciais. Eles rechaçaram a ideia de que “todo marketing é válido”.
“O problema disso tudo, olha, é você voltar a marginalizar o esporte. Entendeu? Porque eu repito, tava na Globo, cara. A Globo é o maior canhão que a gente tem atualmente”, alertou Mamute.
Lemos criticou quem celebra a confusão e lembrou do perfil do patrocinador do evento. “Não acredite nesse papo furado. Não é qualquer marketing que vale para qualquer empresa”, disse, reforçando que uma marca como a Spaten, da Ambev, busca associar-se à “nobre arte”, e não a brigas.
‘Criminoso e tem que responder’
A análise também abordou a gravidade dos atos, em especial o soco que apagou Wanderlei Silva, desferido pelo filho de Popó. Alexandre Lemos foi contundente ao pedir responsabilização.
“O filho do Popó foi um covarde. Podia ter matado o Wanderlei Silva. O que o filho do Popó fez é criminoso e se tiver que responder na justiça, acho que tem que responder, porque ele tem que saber: eu não posso fazer isso com mais ninguém. Tem que ser penalizado”, defendeu.
Ao final, Lemos concluiu sua visão sobre o episódio, isentando apenas um dos envolvidos de culpa na briga. “Foram culpados, mas não tem vítima, exceto o Wanderlei. A única vítima é o Wanderlei. O resto quis brigar”.