Depois de uma vitória avassaladora sobre Magomed Ankalaev no UFC 320, na madrugada deste domingo (5/10), o campeão Alex Poatan surpreendeu a todos não apenas pela performance, mas pela “filosofia” inusitada no octógono. Entrevistado por Joe Rogan, o brasileiro recorreu a um dos personagens mais icônicos da cultura pop brasileira: Seu Madruga, da série “Chaves”.
Questionado se o nocaute avassalador tinha um gosto de vingança, referindo-se à sua derrota anterior para o russo em março deste ano, Poatan respondeu com a calma de quem tinha a situação sob controle e um roteiro na ponta da língua.
“A vingança nunca é plena, mata a alma e envenena”, disse o campeão, em português, para o delírio dos fãs brasileiros na T-Mobile Arena e nas redes sociais. “Não é vingança. Eu estava preparado nesse momento. Eu falei para todo mundo, mas ninguém acreditou. Eu não estava com condições [na primeira luta], agora eu estou”, completou, esclarecendo que sua performance superior se devia ao preparo, e não a um sentimento revanchista.
A filosofia do Seu Madruga no octógono
A citação de Poatan ecoa uma das frases mais célebres de Seu Madruga, o personagem vivido pelo ator Ramón Valdés no seriado mexicano “Chaves”. Para entender a dimensão da referência, é preciso compreender o sucesso histórico do programa no Brasil. Exibido por décadas na TV aberta, “Chaves” transcendeu gerações e se tornou parte da memória afetiva de milhões de brasileiros.
Seu Madruga, com seu jeito preguiçoso, endividado e de pavio curto, é paradoxalmente um dos personagens mais queridos e sábios da vila. Suas frases, repletas de uma sabedoria popular e cômica, viraram ditados populares no país.
Veja a entrevista de Alex Poatan
