A idade parece ser apenas um detalhe para uma das maiores lutadoras de todos os tempos. Neste sábado (13/12), em Lyon, na França, a brasileira Cris Cyborg provou mais uma vez por que é considerada uma lenda viva do esporte.
Aos 40 anos, a curitibana dominou a judoca australiana Sara Collins, até então invicta, e conquistou o título inaugural peso-pena feminino da PFL – segunda maior organização de MMA do mundo.
O combate serviu como co-evento principal do PFL Europe 4, na LDLC Arena.
Domínio e reviravolta no chão
Conhecida pela trocação brutal, a brasileira controlou a distância e conectou os melhores golpes durante os dois primeiros rounds, minando a resistência de Sara Collins. No entanto, o desfecho da luta veio de forma irônica no terceiro assalto.
Collins, especialista em judô, conseguiu aplicar uma queda e prender Cyborg em uma posição de imobilização lateral. O que parecia ser o melhor momento da canadense tornou-se seu fim: demonstrando técnica apurada e força física superior, a brasileira escapou da posição, transicionou rapidamente para as costas e encaixou um mata-leão. Aos 2 minutos e 55 segundos do terceiro round, Collins não teve escolha a não ser bater em desistência.
Cris Cyborg, agora com 29 vitórias e apenas duas derrotas na carreira, conquistou o quinto cinturão por uma liga diferente no MMA.
Desafio surpreendente e adeus aos ringues
Com a aposentadoria do MMA programada para 2026, Cyborg deixou claro que seus últimos capítulos no esporte prometem ousadia. Após a vitória, a campeã pegou o microfone e lançou um desafio inesperado: uma luta na categoria de 61 kg contra a estrela da PFL, Dakota Ditcheva.
A sugestão chocou especialistas e fãs. Ditcheva é a atual campeã peso-mosca (57 kg) da organização, enquanto Cyborg fez carreira dominando o peso-pena (66 kg). A última vez que a brasileira chegou perto dessa marca foi em setembro de 2016, quando lutou em peso casado de 63,5 kg.
Títulos de Cris Cyborg
O primeiro título da brasileira veio em 2009, quando venceu Gina Carano – hoje estrela de Hollywood – no Strikeforce, evento adquirido pelo UFC em 2011. Antes da aquisição, Cyborg defendeu o cinturão três vezes, teve duas vitórias e um no contest.
Mais tarde, em 2013, conquistou o cinturão do Invicta FC ao derrotar Marloes Coenen. Nessa organização, ela novamente defendeu o título três vezes, todas com sucesso.
A maior conquista na carreira de Cyborg veio em 2017. Naquele ano, ela se tornou a melhor lutadora do mundo ao bater a norte-americana Tonya Evinger pelo título vago do peso-pena feminino do UFC. Na maior organização de MMA do mundo, a brasileira manteve o cinturão em duas defesas: contra Holly Holm e Yana Santos.
Cyborg, no entanto, perdeu o título do UFC ao ser derrotada pela compatriota Amanda Nunes, em 2018. Em julho de 2019, ela se recuperou na organização com uma vitória sobre Felicia Spencer, mas foi liberada do Ultimate em agosto após um imbróglio com Dana White.
O quarto cinturão de Cyborg veio no Bellator, em 2020, ao derrotar a canadense Julia Budd. Ao todo, foram cinco defesas de cinturão na então segunda maior liga de MMA do mundo, que foi adquirida justamente pela PFL, em 2023.
O quinto cinturão por uma liga distinta veio neste sábado ao finalizar Sara Collins na PFL.