Rio de Janeiro – A final da categoria até 92kg do boxe no Pan-Americano de Santiago 2023 mostrou dois dos atletas favoritos: Keno Marley e Julio César. Mesmo com a medalha de prata na ocasião, em outubro do ano passado, o brasileiro diz não temer o cubano de 34 anos, que é bicampeão olímpico e tetracampeão do Pan, na Olimpíada de Paris. O boxeador ainda relembrou que a luta no Chile foi uma “decisão dividida”.
A rivalidade de Keno com o cubano contou recentemente até com uma mudança de categoria. Os atletas se enfrentaram no Pan-Americano de Lima 2019 na categoria até 81kg e, agora, ambos estarão nos Jogos Olímpicos na categoria até 92kg. Prata nas duas edições de Pan disputadas, o brasileiro de apenas 23 anos deixou claro, em entrevista exclusiva ao No Ataque, que a mudança de categoria não será um problema na França.
“Para mim é muito natural mudar de categoria. Eu sou jovem. Apesar da minha grande bagagem esportiva, eu tenho apenas 23 anos e comecei com 11 anos, com aproximadamente 40kg, Então, lutei todas as categorias do boxe. Paris só vai ser mais uma categoria. Inclusive, eu já tive bastantes conquistas, em todos os principais eventos do ciclo fui medalha nesta categoria. Então foi uma mudança tranquila, suave e eu consegui me dar bem”, afirmou Keno Marley.
A categoria peso pesado tem Julio César como o atual vencedor. Em Tóquio, o cubano ficou com a medalha de ouro, enquanto Keno caiu para o britânico Benjamin Whittaker nas quartas de final. Anteriormente, o experiente boxeador de 34 anos já havia ficado no primeiro lugar em 2016, na Olimpíada do Rio de Janeiro, competição multidesportiva que não contou com o brasileiro que ainda era apenas um adolescente.
Nascido em Sapeaçu, município do Recôncavo Baiano, Keno se vê mais preparado para a Olimpíada de Paris e confia no ciclo olímpico realizado até chegar à competição na França, que começará em 26 de julho. Além de falar sobre o equilíbrio nas lutas recentes com o favorito Julio César, o boxeador brasileiro relembrou que a final no Pan-Americano de Santiago contou com uma “decisão dividida” dos árbitros e deixou claro que não teme o rival ao demonstrar confiança no próprio desempenho.
“O Júlio é um atleta ‘experientíssimo’, mas eu estou apresentando bons resultados. Na final dos Jogos Pan-Americanos foi uma decisão dividida e isso mostrou o quanto já estamos em nível de igualdade e que os árbitros já estão na dúvida de quem realmente foi o vencedor, Então, agora é fazer esses pequenos ajustes para que saímos de Paris com uma medalha de ouro”
Keno Marley, boxeador brasileiro
Boxe do Brasil em Olimpíadas
O baiano Keno Marley, também conhecido como Keno Machado, faz parte do grupo de 10 boxeadores que representarão o Brasil na competição na França – cinco homens e cinco mulheres.
Na Olimpíada de Tóquio, o boxe foi responsável por três medalhas – uma de ouro, uma de prata e uma de bronze -, sendo a modalidade com mais brasileiros premiados junto do skate – três pratas – e natação – um ouro e dois bronzes.
Os desempenhos recentes do boxe do Brasil nos Jogos Olímpicos, que também conta com três medalhas em 2012 e uma em 2016, alimentam a expectativa dos torcedores sobre Paris.
O repórter viajou ao Rio de Janeiro a convite da Petrobras para o evento de apresentação do time da empresa. Acompanhe o No Ataque nos próximos dias e veja mais entrevistas exclusivas com atletas que disputarão a Olimpíada e Paralimpíada de Paris, como Ana Patrícia e Duda Lisboa, dupla do vôlei de praia, Isaquias Queiroz, da canoagem, Laura Amaro, do levantamento de peso, Milena Titoneli, do taekwondo, e Petrúcio Ferreira, do atletismo paralímpico, além de mais falas de Keno Marley.