JOGOS OLÍMPICOS

Beatriz Ferreira analisa favoritismo em Paris 2024 e comemora vaga de algoz

Líder do ranking mundial do boxe olímpico até 60kg, Beatriz Ferreira falou sobre o favoritismo pelo ouro na Olimpíada de Paris 2024 
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São Paulo – Atual campeã mundial no boxe olímpico. Dona do cinturão no boxe profissional. Líder do ranking da International Boxing Association (IBA). Definitivamente, Beatriz Ferreira é o grande nome da categoria feminina até 60kg. Em entrevista exclusiva ao No Ataque, a boxeadora analisou o favoritismo na Olimpíada de Paris 2024 e comemorou a vaga da algoz irlandesa Kellie Harrington. 

A única grande conquista que ainda falta para Beatriz Ferreira é a medalha de ouro olímpica. A baiana de 31 anos esteve na final dos últimos três mundiais de boxe olímpico – venceu em 2019 e 2023, e ficou em segundo em 2022 – e, após ingressar também no boxe profissional, detém o cinturão do peso-leve da Federação Internacional de Boxe (IBF) desde a vitória sobre a argentina Yanina Lescano em 27 de abril deste ano.

As façanhas recentes nos dois naipes do boxe e a liderança do ranking deixam Beatriz Ferreira como a grande candidata ao ouro nos Jogos Olímpicos. Em Paris 2024, a boxeadora é cabeça de chave, já se classificando diretamente para a segunda luta sem a necessidade do primeiro confronto. Essa situação foi celebrada pela atleta, que falou sobre o sentimento de ser favorita na competição.

“Eu estou muito feliz. Não levo como pressão, mas sim como incentivo. Eu me propus a estar em mais um Jogos Olímpicos porque amei tudo que aconteceu em Tóquio, apesar de não sair com o ouro, que eu sabia que tinha competência. Por isso eu não desisti. Estou confiante, tive boa preparação e estou tranquila. Já saiu chaveamento e ‘caí de baia’, então é uma luta a menos pela medalha. Eu quero buscar essa final, quero provar que tenho condições de ser campeã e vou lá para isso”

Beatriz Ferreira, boxeadora do Time Brasil em Paris 2024

A luta pelo ouro

Em sua segunda participação em Jogos Olímpicos, Beatriz Ferreira tem um grande objetivo: se tornar a primeira brasileira a conquistar um ouro olímpico no boxe. Perguntada sobre o que significaria alcançar este feito, a baiana de Salvador foi bem clara e ainda destacou o recado que deixaria para outras gerações de boxeadoras. 

“Seria incrível. Seria missão dada, missão cumprida. Essa é a meta que eu quero. Eu quero mostrar que somos capazes, que a galera tem que acreditar. É dedicação. É aquilo: persista, insista e nunca desista. Então todo mundo é capaz, temos boxe e equipe para isso”, afirmou Beatriz Ferreira. 

Em Tóquio 2021, Beatriz já fez história quando se tornou a primeira brasileira a chegar a uma final olímpica. Porém, na ocasião, ela foi derrotada por Kellie Harrington por decisão unânime dos árbitros e ficou com a medalha de prata. Três anos depois, a brasileira revelou que comemorou a classificação da algoz e espera encontrar a algoz na semifinal em Paris. 

“Eu ainda não a enfrentei depois da derrota. Estou ansiosa e procurei ela algumas vezes em competições, mas, por acaso do destino, não nos encontramos. Mas eu fiquei feliz pela classificação dela porque eu sabia que a gente poderia se encontrar no evento mais importante. Já saiu o chaveamento, ela está na minha chave, e eu fiquei feliz com isso, porque teremos a possibilidade de se encontrar na semifinal. Estou ansiosa para que isso aconteça”

Beatriz Ferreira, atual campeã mundial do boxe olímpico e profissional

Cenário do boxe brasileiro 

Com Beatriz Ferreira como rosto principal da atual geração do boxe, o Time Brasil irá para Paris 2024 com outros nove atletas: Caroline Almeida (50kg), Tatiana Chagas (54kg), Jucielen Romeu (57kg) e Bárbara dos Santos (66kg) no feminino, enquanto Michael Trindade (51kg), Luiz Oliveira (57kg), Wanderley Pereira (80kg), Keno Marley (92kg), Abner Teixeira (acima de 92kg) estarão no masculino. Ainda na entrevista exclusiva ao No Ataque, a atleta da categoria até 60kg falou sobre a dificuldade nos Jogos Olímpicos deste ano. 

“Eu estou bem confiante. Não falo só por mim, mas, mentalmente, por toda a equipe ali, está todo mundo bem centrado. Mas todo mundo está bem realista. Não está fácil. Esses Jogos Olímpicos serão um dos mais difíceis dos últimos tempos. Tóquio teve a pandemia, e muitas equipes não conseguiram se preparar. Então, o que preparou lá e que não conseguiu [ir] para Tóquio, já estava se preparando para Paris. Mas estamos prontos e queremos muito trazer medalhas”, ressaltou Beatriz Ferreira.

O momento do boxe olímpico brasileiro é tão bom que sete das oito medalhas olímpicas foram conquistadas nas últimas três edições. No geral, o Time Brasil já conquistou dois ouros, duas pratas e quatro bronzes, estando assim na oitava posição no ranking de medalhas brasileiras em cada esporte dos Jogos Olímpicos. 

Em Tóquio 2021, por exemplo, o boxe foi a modalidade que deu mais medalhas ao país – foram três -, ao lado de natação e skate. Porém, mesmo com algumas projeções de igualar a marca de um ouro, uma prata e um bronze de três anos atrás, Beatriz Ferreira acredita que a equipe brasileira pode ir além e surpreender. 

“Eu tô muito feliz com isso [momento do boxe brasileiro]. Eu acho que a gente precisava de oportunidades, elas surgiram, e soubemos aproveitar. E o que é aproveitar? São resultados. A gente está tendo bons resultados. A equipe é nova, mas é bem consciente. Tem algum outro mais experiente, como eu, Abner, Keno. Fizeram mais ou menos uma expectativa de quantas medalhas e meio que igualou Tóquio, mas eu acho que a gente vai surpreender”

Beatriz Ferreira, favorita ao ouro em Paris 2024

Além da boxeadora, outros diversos atletas que estarão na Olimpíada de Paris 2024 foram entrevistados pelo No Ataque. Beatriz Ferreira e outros favoritos a medalha, como Duda e Ana Patrícia, no vôlei de praia, e Isaquias Queiroz, na canoagem, falaram sobre a expectativa para mais uma edição de Jogos Olímpicos. Acompanhe toda a cobertura olímpica aqui!

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