O América-MG explicou o entrave com o Cruzeiro para a liberação do Independência. Na segunda-feira passada (21/5), a Raposa enfrentaria o Cuiabá no estádio do Horto, pela sétima rodada do Campeonato Brasileiro, mas o local do jogo foi alterado para a Arena do Jacaré, em Sete Lagoas. De acordo com o presidente da SAF americana, Marcus Salum, a decisão de ‘barrar’ o time celeste foi por questão técnica, já que o gramado precisava ser preservado para sequência de jogos do Coelho antes de replantio.
Em entrevista coletiva nesta sexta-feira (26/5), Salum evitou entrar no que chamou de ‘guerra de narrativas’. Ele rechaçou que o Cruzeiro não tenha sido informado sobre a impossibilidade de utilizar o Independência. O clube celeste chegou a emitir nota criticando a decisão do América.
“O América se manteve neutro e não falou nada até agora, porque não queríamos entrar em uma guerra de narrativas. A guerra de narrativas desgasta todo mundo. O América só tem uma história, que é a história verdadeira. O América não faz versão. O América fala sempre a verdade. Isso não é disputa, não é briga”
Marcus Salum, presidente da SAF do América
“No dia 3, avisamos ao Cruzeiro que teríamos problemas para realizar esse jogo. A decisão foi totalmente técnica, não foi política nem clubística. Não tínhamos plantado, como não plantamos até hoje, a grama de inverno. O campo não suporta, pois jogamos na quarta [contra o Internacional], no sábado [contra o Fortaleza] e iríamos jogar na terça [contra o Defensa Y Justicia] Teríamos que sustentar essa grama até termos espaço para plantarmos a grama de inverno”, argumentou.
“No dia 10 foi comunicado oficialmente que não ia ter jeito mesmo. O Cruzeiro ficou procurando estádio e não conseguiu. Recebi telefonemas de todos os patrocinadores do Cruzeiro, patrocinadores do América e da CBF. O Cruzeiro pressionou a CBF para obrigar a gente, mas a decisão era técnica. Tanto que o América não vai jogar contra o Atlhetico-PR no Independência. O América vai parar o Independência do dia 6 a 24, para plantar a grama de inverno. Vamos jogar no dia 11, contra o Athletico-PR, no Mineirão, para preservar o estádio”, justificou Salum.
Acordo com o Cruzeiro
Por conta do impasse com a Minas Arena, administradora do Mineirão, o Cruzeiro chegou a acordo com o América-MG para mandar as partidas de 2023 no Independência. Posteriormente, o clube celeste acertou o retorno ao Gigante da Pampulha e pagou uma multa estipulada no contrato com o Coelho caso não cumprisse um número mínimo de jogos no Horto.
“Fomos procurados pelo Cruzeiro no início do ano, pelo Gabriel [Lima, CEO do Cruzeiro], dizendo que queria todos os jogos do Cruzeiro no Independência neste ano. Mas falei para fazermos um contrato em que o Cruzeiro tenha uma saída, porque eu acreditava que o Cruzeiro voltaria a negociar com o Mineirão. E isso acabou acontecendo, por pressão. Fizemos um contrato com uma saída, com o Cruzeiro jogando um número mínimo de jogos. Caso não jogasse, teria uma multa e o Cruzeiro saía do Independência. Gabriel falou que eu tinha razão, e assinamos o contrato”, relatou.
“Ele me comunicou, também por telefone, pois nossa relação é informal, que o Cruzeiro acertou com o Mineirão e iria cumprir o que estava combinado no contrato. Isso não é disputa, é parceria. Mas, liberar um campo contrário a uma decisão técnica, eu não vou fazer de jeito nenhum. Não vou entrar em guerra de narrativa”, concluiu.