ATLÉTICO-MG

Mudou de ideia? Menin já rechaçou comprar SAF do Atlético em entrevistas

SAF do Atlético-MG, avaliada em aproximadamente R$ 2,1 bilhões, terá Rubens Menin como um dos acionistas
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Desde a última sexta-feira (30/6), quando o empresário Rubens Menin apresentou em reunião no Atlético-MG o novo molde do projeto para a Sociedade Anônima do Futebol (SAF), diversos torcedores divergem nas redes sociais sobre a proposta.

 

Enquanto alguns atleticanos apoiam o modelo com os 4Rs (Rubens Menin, Rafael Menin, Ricardo Guimarães e Renato Salvador) no comando da SAF do Galo ao lado de um grupo de outros empresários mineiros, outros torcedores manifestam revolta com o projeto. Eles alegam que há um conflito de interesses na aquisição, uma vez que os mecenas são credores do Atlético-MG. Além disso, Guimarães e Salvador são presidente e vice, respectivamente, do Conselho Deliberativo do clube alvinegro. 

Mudou de ideia?

O projeto apresentado por Rubens Menin também desperta uma curiosidade. Afinal, o empresário já rechaçou, em entrevistas, o interesse em comprar a SAF do Atlético-MG. 

Em agosto do ano passado, por exemplo, Menin disse ao colunista Jaeci Carvalho, do Estado de Minas, que não tinha qualquer interesse em adquirir um percentual da SAF. “Na verdade, isso não está no radar”, afirmou o mecenas.

Da mesma forma, Ricardo Guimarães descartou a possibilidade ao colunista. “Eu acredito que eu e o Rubens não deveremos ser donos do Atlético. Os investidores da SAF não deveremos ser nós”, disse. 

Em uma outra entrevista, em maio de 2022, Menin foi ainda mais enfático sobre a possibilidade. O empresário disse à “ESPN” que não se considerava capaz de contribuir com o Atlético-MG sendo dono da SAF. 

“A SAF precisa ser de um player que traga vantagem competitiva ao Atlético. Se eu compro o clube, que vantagem competitiva eu entrego? Ajudo no que eu posso, mas não acrescentaria mais nada. O Atlético-MG precisa trazer alguém que faça a diferença”, ressaltou. 

Na conversa com a “ESPN”, Menin também destacou a SAF do Cruzeiro, adquirida pelo ex-jogador Ronaldo Nazário. “O clube está em boa condição, a situação equacionada. Mas é preciso fazer as coisas com inteligência. É o caso do Ronaldo no Cruzeiro. Ele é um cara que conhece futebol. Já mudou o Cruzeiro. É necessário ter muito mais do que dinheiro na SAF”, salientou.

Galo Holding

O novo projeto da SAF do Atlético-MG passa pela formação de uma holding.  O termo diz respeito a uma sociedade criada com o intuito de administrar um grupo empresarial. Essa holding teria controle majoritário sobre a SAF do Atlético-MG e, consequentemente, tomaria as decisões mais determinantes para o futuro da instituição.

A “Galo Holding” deterá 75% das ações do clube-empresa, enquanto a associação ficará com os 25% restantes. O perímetro da transação envolveria o departamento de futebol (R$ 800 milhões), a Arena MRV e a Cidade do Galo (R$ 1,3 bilhão, somando os dois patrimônios). Sede Administrativa, Labareda e Vila Olímpica seguem com a associação.

Ao apresentar o projeto para os conselheiros na última sexta, Menin indicou o valor do aporte inicial: R$ 915 milhões. O montante vai quitar parte da dívida de R$ 1,8 bilhão do clube. Serão R$ 615 milhões destinados ao caixa do Atlético-MG, para que o clube faça a gestão do endividamento, e R$ 300 milhões em abatimentos do débito com os próprios mecenas. 

Em análise interna, a SAF do Atlético-MG é avaliada em cerca de R$ 2,1 bilhões. 

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