O CEO do Atlético, Bruno Muzzi, explicou que os R$ 600 milhões que devem entrar nos cofres do clube com a venda de 75% das ações da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) para o grupo “Galo Holding” serão usados para administrar a dívida onerosa e manter a operação do futebol.
No total, o valor da operação representa R$ 913 milhões, mas R$ 313 milhões não entrarão nas contas bancárias do clube, porque abaterão dívidas com Rubens Menin e Ricardo Guimarães.
Hoje, o débito global do Atlético já ultrapassa a casa de R$ 1,8 bilhão. Ainda é incerto o valor da redução da dívida com a operação da SAF. De acordo com Bruno Muzzi, o clube alvinegro irá procurar os credores para negociar individualmente.
“Os R$ 600 milhões são dinheiro que eu recebo à vista. Com o dinheiro na mão, eu vou negociar com todos os credores, porque de fato eu consigo negociar. A gente tem planejamento de pagar 30%, 40% para os bancos que são (juros) mais pesados, vamos negociar banco a banco, vamos chamar agências e clubes para negociar também. Eu não tenho um cheque de R$ 1,5 bilhão para pagar tudo, o que eu tenho são R$ 913 milhões, abatendo R$ 313 milhões, fica R$ 600 milhões para organizar a dívida”, disse.
“Eu não estou pegando R$ 600 milhões e estou abatendo de dívida imediatamente, tenho que manter a operação, tem que manter a folha, tenho que equilibrar, e os três primeiros anos serão para manter equilíbrio, com bom investimento no futebol, pagando a dívida de forma saudável e apostando no crescimento de receita (com a inauguração da Arena MRV)”, completou.
Muzzi disse que o “Galo Holding” pode fazer novos aportes na SAF nos próximos anos.
“Nós vamos ter que gerenciar isso nesses dois, três anos. ‘Ah, chegou no ano 2024, 2025 e 2026 e precisou de um aporte novo para poder colocar’. Isso é possível, é possível um novo aporte da “Galo Holding”, obviamente se você tendo um aporte da Galo Holding, a associação tem que acompanhar (o aporte) para poder manter seu percentual ou ela é diluída. A gente está estudando um teto para diluição da associação, para que nunca fique abaixo de 10%”, acrescentar.
Recuperação Judicial no Atlético
Muzzi descartou um pedido de recuperação judicial, tal como fez o Cruzeiro no seu processo de mudança para a SAF.
“No nosso caso, é impossível a gente ir para uma recuperação judicial, porque as dívidas são devidamente avalizadas, e mais do que isso, a dívida é tão complexa que existem vários grupos de credores que, se o Atlético fosse para uma recuperação judicial e propusesse um plano para os credores, com essa complexidade, se um ou dois grupos falassem ‘não, eu não aprovo’, na hora que você optou por recuperação judicial não tem mais voto, o clube vai à falência. Jamais poderíamos colocar o Atlético nessa situação”.