REENCONTRO NO HORTO

Relembre méritos e polêmicas de Sampaoli, do Flamengo, no Atlético

Passagem de Sampaoli no Atlético teve bom rendimento dentro das quatro linhas, mas polêmicas e tensão no extracampo
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A noite deste sábado (29/7) será marcada por reencontros no Independência, em Belo Horizonte. Além do volante Allan, recém-vendido ao Flamengo, o Atlético reencontrará o técnico Jorge Sampaoli, que comandou a equipe mineira durante a maior parte da temporada 2020.

Galo e Flamengo medirão forças pela 17ª rodada da Série A do Campeonato Brasileiro, a partir de 21h. As equipes vivem momentos distintos, mas o embate no Horto promete ter o equilíbrio dos encontros recentes entre os rivais.

O Atlético não vence há oito jogos e ocupa a 13ª colocação do Brasileirão, com 21 pontos. Por sua vez, o time carioca não perde há nove partidas e é o 3° colocado, com 28.

Comandante rubro-negro, Jorge Sampaoli busca conquistar seus primeiros títulos de expressão no futebol brasileiro. A seguir, o No Ataque relembra os méritos e as polêmicas do treinador argentino na passagem por Belo Horizonte.

Bom desempenho na beira do campo

Dentro das quatro linhas, o time comandado por Sampaoli somou bons números e conquistou o Campeonato Mineiro de 2020. Ao todo, o trabalho do treinador foi visto em 45 jogos, com 26 vitórias, oito empates e dez derrotas.

O aproveitamento de 63,7% não foi coroado com um título do Campeonato Brasileiro “por detalhes”. O Atlético encerrou a edição de 2020 na terceira colocação, a três pontos do campeão Flamengo.

O trabalho do argentino teve como pontos altos uma sequência de quatro vitórias no Brasileirão, com goleada por 4 a 1 sobre o Vasco, além de uma goleada por 4 a 0 sobre o Flamengo no Mineirão, em Belo Horizonte.

As oscilações no segundo turno distanciaram o Galo da conquista nacional, que viria a acontecer na temporada 2021, mas o projeto de Sampaoli apresentou aos atleticanos um time dominante, quase sempre protagonista na posse de bola e na criação de oportunidades nas partidas.

Igor Rabello e Jorge Sampaoli em jogo do Atlético. Foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press

O argentino também foi determinante para o Atlético ao conduzir, junto à diretoria e aos investidores, as contratações de um verdadeiro “pacotão” de reforços durante a passagem por Belo Horizonte. Jogadores fundamentais no ano mais vitorioso da história do clube mineiro, Everson, Junior Alonso, Nacho Fernández e Keno, além de outros nomes importantes, foram pedidos do treinador no Galo.

Por outro lado…

A primeira das polêmicas envolvendo Sampaoli no comando do Atlético aconteceu em novembro de 2020. Na oportunidade, o gerente de futebol da comissão do argentino, Gabriel Andreata, promoveu uma festa que pode ter sido propulsora de um grave surto de Covid-19 enfrentado pelo clube mineiro.

Entre comissão e atletas, 20 pessoas foram infectadas pelo vírus, gerando vários desfalques no elenco em momento importante do Campeonato Brasileiro. O evento repercutiu muito mal internamente.

Para além do episódio, ao longo da passagem pelo Atlético, Sampaoli ameaçou deixar o cargo em várias oportunidades. Uma delas ocorreu após um protesto da principal torcida organizada do clube em frente à Cidade do Galo, em janeiro de 2021.

A relação com membros da comissão fixa alvinegra também não era das melhores. De perfil fechado, o treinador argentino chegou a proibir ídolos alvinegros de assistir aos treinos – casos de Éder Aleixo e Leo Silva.

“Sampaoli, velho… Sampaoli? Sei lá o que posso falar desse cara. Ele não falava com ninguém. A gente falava ‘corredor da morte’. E eu fiquei dois meses. Segurei a peteca do Luquinhas (Lucas Gonçalves), um cara fantástico”, disse Éder Aleixo à Rede 98 em julho de 2022.

Por fim, as negociações frustradas para renovação contratual também foram motivo de desgaste, conforme antecipado pelo ge. O Atlético tinha um projeto de longo prazo e almejava contar com o argentino nos anos de 2021 e 2022.

Sampaoli, no entanto, fez grandes exigências para a permanência, como pagamento imediato de luvas consideradas como “expressivas” pela diretoria alvinegra. Dias após o encaminhamento de um acordo, o argentino fez novos pedidos, irritou a cúpula e acabou por deixar o clube mineiro.

Agora, Atlético e Sampaoli se preparam para o reencontro após mais de dois anos. Em lados opostos, mas com as lembranças de uma parceria que teve bons e maus momentos.

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