
Dispensado do Cruzeiro em 8 de março do ano passado, Maicon pode ser titular do Santos no duelo deste sábado (6/5), às 16h, no estádio Independência, em Belo Horizonte, pela quarta rodada da Série A do Campeonato Brasileiro. Caso isso ocorra, será o primeiro reencontro do zagueiro com a Raposa desde sua saída pela porta dos fundos.
Maicon concorre com Joaquim pela vaga aberta na defesa santista pelo lado esquerdo. O titular Eduardo Bauermann foi expulso na vitória alvinegra por 3 a 2 sobre o América, na Vila Belmiro, na rodada anterior, e será desfalque.
Revelado nas categorias de base estrelada em 2007, Maicon ficou magoado com a forma como foi dispensado pela diretoria celeste na temporada passada. Ele deixou o clube um mês depois da sua reestreia – foram apenas três jogos.
O defensor foi anunciado pela equipe mineira no fim de 2021, em um período em que a gestão do futebol ainda não era feita por Ronaldo Nazário.
Transformação em SAF e medidas emergenciais
Porém, com a transformação do Cruzeiro em Sociedade Anônima do Futebol (SAF), Maicon teve seu futuro discutido pela nova diretoria. A equipe de Fenômeno procurou o staff do atleta para uma readequação salarial, que não ocorreu.
Maicon relembrou o caso em entrevista ao portal UOL no ano passado. Segundo ele, estaria disposto a aceitar o novo acordo, mas foi pego de surpresa com a decisão da cúpula cruzeirense.
“Eu recebi um comunicado do treinador que eles mandaram me tirar do jogo contra o Uberlândia porque eu estava com uma proposta do Santos, que eu não sabia ainda, e que eu ia sair. E eu tinha falado com o diretor [Pedro Martins] que eu queria continuar. Então, eu senti que o clube não queria que eu ficasse”,
desabafou Maicon.
Depois de ser afastado, Maicon e o seu empresário se reuniram com o diretor de futebol Pedro Martins. Nas conversas, o zagueiro recebeu a proposta de reduzir o seu atual salário em 40% e ele estava próximo de aceitar, pois o seu vínculo previa um aumento salarial no próximo ano, em caso de acesso.
No entanto, a proposta feita pela Raposa indicava redução semelhante em 2023, mesmo com o acesso. Esta ‘dupla-diminuição’ fez com que Maicon se afastasse do Cruzeiro, visto que ele gostaria de receber um salário condizente com os valores pagos na Série A.
“Me ofereceram uma proposta de 40% abaixo do que eu ganhava. Falei: ‘Vamos entrar num acordo. Se a gente for campeão, subir, vocês me devolvem os 40%’. O que mais me deixou chateado é que se eu subisse pra Primeira Divisão meu contrato aumentaria 65% ou 75% do que eu ganhava na Segunda Divisão. Só que a proposta que fizeram foi a mesma da Segunda Divisão. Queriam me pagar, se o Cruzeiro subisse, 40% a menos na Primeira Divisão. Eu não concordei”, concluiu.