O Cruzeiro vive um momento de transição na sua história. De volta à elite após três temporadas, o time começou o Campeonato Brasileiro com baixas expectativas por parte da mídia especializada, mas dividido entre dois discursos diferentes: o de briga por vaga em competições internacionais e o de luta contra o rebaixamento.
Em evento realizado em abril, a diretoria do clube colocou como meta deste Brasileirão a conquista de uma vaga na próxima edição da Copa Sul-Americana. Em sua previsão, a gestão de Ronaldo Fenômeno estipulou que a Raposa termine na 12ª posição da tabela, com 53 pontos.
Após nove rodadas, o Cruzeiro está em décimo lugar, com 13 pontos. A equipe teve um desempenho otimista no início do campeonato, com três vitórias nos quatro primeiros jogos, mas perdeu gás nas últimas semanas. Nas cinco partidas seguintes, os mineiros triunfaram apenas uma vez.
Desde 2016, quando o número de vagas brasileiras em torneios da Conmebol aumentou exponencialmente, 42,9% dos times que subiram da Série B conseguiram se classificar para Sul-Americana ou Copa Libertadores na temporada seguinte ao acesso.
Por outro lado, 39,3% das equipes foram rebaixadas logo quando retornaram à Série A. Já os clubes que permaneceram na elite mas não conquistaram nenhuma vaga representam 17,8%.
Situação do Cruzeiro
O Cruzeiro não disputa a Libertadores desde 2019 e a Sul-Americana desde 2017. Contratado em março, o técnico Pepa ressaltou logo em sua primeira entrevista coletiva a ambição de classificar a Raposa a um dos torneios da Conmebol.
“Acredito muito no trabalho. Se olharmos para baixo e pensarmos em coisas pequenas, nunca vamos fazer coisas grandes. A história do clube não deixa. Temos que atingir competições internacionais. Não tem problema ter mais ou menos dinheiro. O que vale é o trabalho. Acredito muito nos jogadores. Orçamentos não ganham jogos”, disse o treinador português.
Para conseguir alcançar a pontuação prevista pela diretoria da SAF (53 pontos), o Cruzeiro precisa ter aproveitamento de 46% nas 29 rodadas restantes do Brasileiro. Atualmente, o desempenho da equipe é de 48,1%.
Aproveitamento dos times no ano seguinte ao acesso desde 2016
- 39,3% dos times foram novamente rebaixados
- 14,3% dos times se classificaram à Libertadores
- 28,6% dos time se classificaram à Sul-Americana
- 17,8% dos times permaneceram na Série A, mas sem conquistar vaga internacional
Veja o desempenho dessas equipes ano após ano desde 2016:
Brasileirão 2016
- Botafogo: se classificou para a Libertadores
- Vitória: terminou em 16º lugar
- Santa Cruz: foi rebaixado
- América-MG: foi rebaixado
Brasileirão 2017
- Vasco: se classificou para a Libertadores
- Bahia: se classificou para a Sul-Americana
- Atlético-GO: foi rebaixado
- Avaí: foi rebaixado
Brasileirão 2018
- Internacional: se classificou para a Libertadores
- Ceará: terminou em 15º lugar
- América-MG: foi rebaixado
- Paraná: foi rebaixado
Brasileirão 2019
- Fortaleza: se classificou para a Sul-Americana
- Goiás: se classificou para a Sul-Americana
- Avaí: foi rebaixado
- CSA: foi rebaixado
Brasileirão 2020
- Atlético-GO: se classificou para a Sul-Americana
- RB Bragantino: se classificou para a Sul-Americana
- Sport: terminou em 15º lugar
- Coritiba: foi rebaixado
Brasileirão 2021
- América-MG: se classificou para a Libertadores
- Cuiabá: se classificou para a Sul-Americana
- Juventude: terminou em 16º lugar
- Chapecoense: foi rebaixada
Brasileirão 2022
- Botafogo: se classificou para a Sul-Americana
- Goiás: se classificou para a Sul-Americana
- Coritiba: terminou em 15º lugar
- Avaí: foi rebaixado
Brasileirão 2023
- Cruzeiro
- Grêmio
- Bahia
- Vasco