Gerente de futebol do Cruzeiro entre fevereiro e dezembro de 2022, Luiz Kriwat disse em entrevista que o técnico Paulo Pezzolano se sentia vítima de racismo por parte dos árbitros brasileiros durante sua passagem pelo país.
O uruguaio treinou a Raposa do início do ano passado até o fim da última edição do Campeonato Mineiro, em março. Conhecido por seu temperamento explosivo à beira do gramado, Pezzolano teve diversos problemas com juízes durante sua passagem pelo Brasil.
“Tivemos um episódio em que ele estava reclamando muito da arbitragem, e aí ele disse que ia falar que era racismo. Falamos para ele não usar essa palavra no Brasil. Ele não estava entendendo que não seria respeitado, que aqui a cultura é outra, porque ele não tinha o lugar de fala sobre esse tema”, afirmou Kriwat em participação no podcast “Bora Pra Resenha”.
“Eu disse que ele podia tentar falar de xenofobia, uma outra discussão. Toda vez eu ia com ele na coletiva. Falávamos que ele não estava entendendo (o contexto do racismo no Brasil”, complementou.
Kriwat também relatou que antes das coletivas de imprensa, ele e o gerente de comunicação celeste, Bruno Faleiro, alertavam a Pezzolano sobre o impacto que esse discurso teria.
“Falamos que se ele falasse isso (sobre racismo), traria um problema que nem era dele. Nós falamos que, se ele quisesse reclamar do árbitro e tudo (mais), iríamos criar um discurso para ele falar tudo que pensava sem citar algo que não era justo. Não era racismo, de forma alguma. Essa coisa cultural dele entender”, completou.
Paulo Pezzolano se tornou ídolo do Cruzeiro após conduzir a equipe mineira de volta à elite do futebol brasileiro e conquistar o título da Série B. Ao todo, foram 68 jogos no comando da Raposa: 38 vitórias, 13 empates e 17 derrotas.
O treinador pediu demissão do Cruzeiro depois da eliminação para o América-MG, na semifinal do Campeonato Mineiro deste ano. Atualmente, Pezzolano treina o Real Valladolid, que irá disputar a Segunda Divisão Espanhola na temporada 2023-24.