Cruzeiro e Botafogo se enfrentam neste domingo, às 18h30, no Mineirão, pela 18ª rodada do Campeonato Brasileiro.
O time celeste busca a primeira vitória no Gigante da Pampulha em 2023 e tem como motivação a chance de desbancar o líder.
Já o alvinegro carioca quer dar continuidade à campanha de mais de 84% de aproveitamento que lhe confere o status de favorito ao título.
O confronto de quase 87 anos de história tem ampla vantagem cruzeirense: 40 vitórias, 31 empates e 23 derrotas em 94 jogos. Marcelo Ramos é o maior artilheiro da Raposa no duelo, com seis gols.
A reportagem de No Ataque lista a seguir cinco partidas entre Cruzeiro e Botafogo que entraram para a história por envolverem personagens importantes e/ou disputas de títulos.
Cruzeiro 3×3 Botafogo – amistoso em 1936
A bola rolou pela primeira vez para Cruzeiro x Botafogo nos tempos de Palestra Itália. O duelo ocorreu em 15 de novembro de 1936, no antigo estádio do Barro Preto. O placar apontou um 3 a 3 – Niginho (2) e Bengala marcaram os gols mineiros; Carvalho Leite (2) e Patesko fizeram para os cariocas.
O resultado foi de certa forma surpreendente, uma vez que o Botafogo contava com atletas que representaram a Seleção Brasileira nas Copas do Mundo de 1930, 1934 e 1938.
Carvalho Leite, segundo maior artilheiro botafoguense, com 273 gols, participou dos dois primeiros Mundiais. Ele morreu aos 92 anos, em 2004.
Patesko, por sua vez, defendeu o país nas Copas de 1934 e 1938, assim como o meio-campista Martim Silveira.
Niginho, autor de 210 gols pelo Palestra Itália/Cruzeiro, também esteve na Copa de 1938, na Itália, mas como atleta do Vasco. Ele não pôde substituir Leônidas da Silva na semifinal contra os anfitriões por pressão de dirigentes locais.
A justificativa dos italianos era que Niginho seria um desertor da guerra na Etiópia, em 1935, e não tinha autorização da Lazio para jogar. Por precaução, o técnico Ademar Pimenta preferiu não escalar o atacante. O Brasil perdeu por 2 a 1.
Cruzeiro 3×0 Botafogo – Campeonato Brasileiro 1993
Ronaldo costuma dizer que não foi bom cabeceador, porém seu início no Cruzeiro ficou marcado pelo grande êxito na bola aérea.
Em 9 de outubro de 1993, ele saltou na marca do pênalti e testou no canto esquerdo de William, goleiro do Botafogo. O camisa 9, à época com 17 anos, abriu caminho para a goleada por 3 a 0, no Mineirão, pela primeira fase do Campeonato Brasileiro.
O Fenômeno balançou a rede 12 vezes na competição, mas não conseguiu levar a Raposa à segunda fase – terminou em quarto no Grupo A, abaixo dos três classificados Corinthians, São Paulo e Flamengo.
Cruzeiro 5×3 Botafogo – Campeonato Brasileiro de 1995
Mais de 34 mil torcedores compareceram ao Mineirão para acompanhar um jogaço de oito gols na primeira fase do Brasileiro, em 1º de outubro de 1995. O Cruzeiro abriu 2 a 0 com dois de Marcelo Ramos. O Botafogo virou para 3 a 2 em finalizações de Túlio e Narcísio (2) e levou a vantagem parcial para o vestiário.
No segundo tempo, a Raposa reagiu. Paulinho McLaren empatou com um toque sutil na saída de Wagner: 3 a 3. Depois, marcou o da virada de cabeça — Marcelo Ramos completou quando a bola aparentemente havia ultrapassado a linha da meta: 4 a 3.
O quinto gol foi mesmo de Marcelo, que tirou da defesa botafoguense e chutou da entrada da área no canto esquerdo: 5 a 3.
O Botafogo se vingou dessa derrota ao eliminar o Cruzeiro nas semifinais do Campeonato Brasileiro: empates por 1 a 1, no Mineirão, e 0 a 0, no Maracanã. Na decisão, ficou com o título ao superar o Santos: 2 a 1, na ida, e 1 a 1, na volta.
O árbitro mineiro Márcio Rezende de Freitas validou dois gols irregulares – um de Túlio, do Botafogo, em posição de impedimento, e outro de Marcelo Passos, do Santos, após domínio de braço de Marquinhos Capixaba. Por outro lado, anulou um tento legítimo de Camanducaia, que poderia dar o troféu ao Peixe.
Botafogo 0x0 Cruzeiro – Copa do Brasil de 2000
O título do Cruzeiro na Copa do Brasil de 2000 é lembrado pelo gol de falta de Geovanni contra o São Paulo aos 43 minutos do segundo tempo. Mas a campanha histórica só foi possível em função da memorável atuação do goleiro André no jogo de volta das quartas de final, contra o Botafogo, no Maracanã.
Entre as várias defesas de André, destaque para o lance em que espalmou o cabeceio à queima-roupa de Donizete Pantera, no segundo tempo. Na ocasião, o jornal Estado de Minas deu nota máxima (cinco estrelas) para a atuação do goleiro cruzeirense.
Se ganhasse por 1 a 0 na noite de 22 de junho de 2000, o Botafogo iria à semifinal da Copa do Brasil, pois naquela época existia o gol qualificado como visitante. O Cruzeiro havia vencido no Mineirão por 3 a 2.
Depois de eliminar o Botafogo, o Cruzeiro despachou o Santos na semifinal (2 a 0, no Mineirão, e 2 a 2, na Vila Belmiro) e bateu o São Paulo na final (0 a 0, no Morumbi, e 2 a 1, no Mineirão).
Cruzeiro 3×0 Botafogo – Campeonato Brasileiro de 2013
O embate no Mineirão era considerado uma final antecipada do Brasileirão de 2013. O Cruzeiro liderava a competição, com 46 pontos em 21 jogos. O Botafogo era o segundo, com 42.
Diante de um Mineirão com mais de 46 mil torcedores, os times fizeram um primeiro tempo equilibrado. Aos 46 minutos, Nilton fez um bonito gol ao chutar de primeira após cobrança de escanteio de Willian: 1 a 0.
No segundo tempo, o Botafogo teve chance de empatar, mas perdeu pênalti com Seedorf, que finalizou para fora. Posteriormente, o Cruzeiro chegou a 3 a 0 com dois de Júlio Baptista: de pênalti, aos 35, e em chute no canto direito, aos 40.
Ao término do Brasileirão de 2013, o Cruzeiro se sagrou campeão, com 76 pontos. O Botafogo ficou em quarto, com 61.
Campanhas no Brasileiro 2023
Cruzeiro
10º lugar, com 23 pontos;
6 vitórias, 5 empates, 6 derrotas;
19 gols marcados, 15 sofridos;
Artilheiro: Wesley, 4 gols
Botafogo:
1º lugar, com 43 pontos
14 vitórias, 1 empate, 2 derrotas;
32 gols marcados, 10 sofridos;
Artilheiro: Tiquinho Soares, 13 gols