Em coletiva de imprensa para a apresentação do treinador Zé Ricardo, nesta quarta-feira (6/9), o diretor de futebol do Cruzeiro, Pedro Martins explicou os motivos para a demissão de Pepa. O dirigente afirmou que as análises feitas periodicamente pelo clube determinaram a saída do treinador português de forma convicta.
“Para analisar a saída do Pepa e a chegada do Zé, é necessário fazer um recorte e olhar um pouco para trás. No clube, temos a prática de fazer uma avaliação a cada ciclo de jogos e uma mais profunda ao final do primeiro turno. Quando a gente senta para avaliar o turno, e como estavam as nossas rotinas e o nosso dia a dia, a gente começa a projetar qual o Cruzeiro que a gente quer e qual o Cruzeiro é possível para cumprir os nossos objetivos até o fim do ano”, iniciou.
“A gente precisa olhar para trás para entender como foi montado esse grupo, levando em consideração que foram 27 contratações, qual a cultura esportiva estabelecida e qual o ambiente de trabalho que foi criado. Somente olhando para trás e entendendo o contexto, a gente consegue tomar as melhores decisões para planejar o futuro. Foi assim que a gente fez a avaliação do trabalho do Pepa”, complementou.
Dúvidas em relação ao trabalho de Pepa
Martins destacou as qualidades de Pepa, mas admitiu dúvidas para a sequência do trabalho. O dirigente ainda citou uma sensação de ‘derrota’ pela troca de treinador.
“Entendíamos que tinham fatos positivos, sim, como a comissão que ele montou, a forma como ele conduzia o dia a dia. Mas existiam dúvidas. Dúvidas importantes de como seria a projeção construída para o próximo ciclo, do segundo turno e o restante da competição. Quando você faz projeção, você tem que ser justo e correto com o tipo de avaliação. Não existe nenhum propósito por parte de troca de treinador que a convicção que está acontecendo no dia a dia do trabalho nos demonstre”, comentou.
“Essa convicção e a clareza de como o dia a dia vinha sendo tocado fez com que a gente tomasse a decisão pela troca de comando. Ninguém está feliz pela troca de treinador. Em nenhum momento essa avaliação é feita de forma positiva. Isso tem que ser avaliado como derrota. E foi isso que fizemos essa reflexão com os atletas e todo o staff, que não é uma vitória para ninguém. É assim que a gente conduz as coisas no Cruzeiro. A convicção fez que a gente trocasse, mas a reflexão é que todo mundo é parte disso”, concluiu.
Pepa no Cruzeiro
O português Pedro Miguel Marques da Costa Filipe, mais conhecido pelo apelido Pepa, chegou ao Cruzeiro em março deste ano para susbtituir Paulo Pezzolano.
O trabalho durou cerca de cinco meses. Foram 25 partidas, sendo sete vitórias, oito empates e dez derrotas com Pepa no comando do Cruzeiro.
Ele acabou demitido após sete jogos consecutivos sem triunfos do time celeste na Série A.
