O presidente do Atlético-GO, Adson Batista, abriu as portas do clube para o atacante Pedrinho, desligado do São Paulo, e para o técnico Cuca, que teve breve passagem pelo Corinthians recentemente. O jogador é acusado de agressão pela ex-namorada, Amanda Nunes. Já o treinador foi condenado por estupro de uma adolescente, em 1987, na Suíça, em caso de que ficou conhecido como ‘Escândalo de Berna’.
Adson Batista acredita que o ‘feminismo exagerado’ atrapalhou as carreiras de Pedrinho e Cuca. O dirigente também reclamou da ‘lacração’ e da postura de ‘homens muito femininos’.
“Cuca é um dos maiores treinadores do Brasil. A lacração hoje tem em qualquer coisa. Você tem que matar o cara e o cara morrer de fome, porque ele não merece trabalhar. Se eu sair ali, bater meu carro e matar uma pessoa sem a mínima vontade de fazer isso, eu vou ser condenado. O ser humano merece sim, sempre ter uma segunda chance”, declarou, em entrevista coletiva após a vitória do Atlético-GO por 2 a 1 sobre o Londrina, nessa terça-feira (8/5), pela Série B do Campeonato Brasileiro.
“As portas do Atlético-GO estão abertas para o Pedrinho, ex-São Paulo, para o Cuca, um cara sério, é meu amigo”, prosseguiu Batista. “Se ele errou, já pagou até três vezes mais, porque a execração do nosso país às vezes é pior do que o cara ser preso. Acredito em uma segunda chance para o ser humano. Vivemos um feminismo exagerado, uns homens cheios de coque, muito femininos. E o pai de família, o provedor da família, fica em segundo plano”, concluiu.
Pedrinho
No fim de abril, o São Paulo rescindiu o contrato de Pedrinho, que estava afastado do elenco devido à acusação de agressão feita pela ex-namorada. Ele estava emprestado pelo Lokomotiv Moscou-RUS ao Tricolor até o fim de 2023, com opção de compra.
Conversas registradas no inquérito policial do caso também mostraram ameaças de morte feitas por Pedrinho à ex-companheira.
“Eu acabo com a minha vida, mas com a sua antes. Pode fazer o que tu quiser. Eu vou matar você. Acabo com você”, foram algumas mensagens enviadas por Pedrinho a Amanda. Todos os prints das conversas foram anexados ao inquérito.
Cuca
Diante da renovada repercussão do caso de violência sexual e da rejeição de parte da torcida, Cuca anunciou a saída do Corinthians depois de apenas dois jogos no comando da equipe, também no fim de abril.
Quando era jogador do Grêmio, em viagem à Suíça, Cuca se envolveu no episódio conhecido como ‘Escândalo de Berna’. Em 1987, ele e outros três atletas – Eduardo Hamester, Fernando Castoldi e Henrique Etges – foram acusados de estupro coletivo contra uma adolescente de 13 anos.
Em 1989, os quatro foram condenados pela Justiça da Suíça. Cuca pegou 15 meses de prisão por violência sexual contra pessoa vulnerável (com menos de 16 anos), mas não cumpriu a pena, já que o Brasil não extradita seus cidadãos. Em 2004, a possibilidade de execução expirou.
Em apresentação no Corinthians, no dia 21 de abril, Cuca alegou que era inocente e sequer havia tocado na garota. Porém, a versão do advogado da vítima é diferente. Em entrevista ao UOL, Willi Egloff garantiu que a menina reconheceu o então meio-campista do Grêmio como um dos estupradores.
Trecho do processo de 1.023 páginas guardado nos arquivos da cidade de Berna, capital da Suíça, afirma que havia sêmen de Cuca no corpo da adolescente vítima do crime sexual.
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