CASO DE RACISMO

Caso de racismo contra Everson, do Atlético-MG: veja punições previstas

Goleiro do Galo foi vítima de racismo no duelo com o Libertad, na noite desta terça-feira (27/6), no Defensores del Chaco, pela Libertadores
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O Atlético-MG enviou à Conmebol imagens de torcedores do Libertad cometendo atos racistas contra Everson após o empate por 1 a 1 desta terça-feira (27/6), no Defensores del Chaco, em Assunção, no Paraguai. Mas quais são as possíveis punições ao clube paraguaio pelo racismo? Confira abaixo as sanções previstas.

Devido aos recorrentes casos de racismo nas competições continentais, a Conmebol alterou o Código de Disciplina em 9 de maio de 2023 e aumentou a punição para clubes cujos torcedores tenham cometido atos racistas. 

A partir dessa mudança, a multa mínima para os times é de 100 mil dólares (cerca de R$ 481 mil). O valor pode subir devido à gravidade do caso. 

Além disso, os times podem passar um ou mais jogos sem a presença de torcedores ou com parte das arquibancadas fechadas. Essa punição não era prevista anteriormente no Código de Disciplina da Conmebol.

Fala de Everson sobre o caso de racismo

“Os jogadores começaram a me xingar, creio que por conta do jogo, por eu ter feito uma boa partida. Mas aí eles começaram a me xingar, eu não dei atenção, e eles tocaram em um ponto mais forte, mais uma vez um caso de racismo no nosso continente. Isso não é só aqui no Paraguai, é no Chile, Argentina, todos os nossos países vizinhos ainda tem. Infelizmente acabou acontecendo mais uma vez esse caso comigo”.

“Procurei me manter mais concentrado, para poder dar entrevista, atender a todos, mas vi que nosso cinegrafista estava filmando, então procurei não fazer nenhum gesto, tentei me manter calmo, deixar eles fazerem o que estavam fazendo. E ele filmando para que a gente pudesse ter a imagem, mais uma vez comprovando, o que a gente vem passando aqui por conta do racismo”.

“Não é a primeira vez no Paraguai, infelizmente não vai ser a última. Hoje o caso é comigo, mas é ter paciência. É saber que todos somos de carne e osso, cada um tem sua etnia, seu estilo, modo de vestir, tipo de cabelo, tipo de barba, e precisamos de um pouco mais de compaixão do próximo para que a gente possa viver sem isso”.

“É um assunto delicado, que infelizmente não vai acontecer (viver sem isso), mas no que depender de mim vou buscar meus direitos para que pelo menos comigo não aconteça mais uma vez.”

“Esperamos que isso não fique só em nota de esclarecimento. Sabemos que já aconteceu com outros, outros clubes, e às vezes só vem a nota. Enquanto não houver medidas mais drásticas, perda de mando, de pontos e até de uma disputa de uma Copa Libertadores em uma próxima ocasião, infelizmente não vai mudar. Esperamos uma medida um pouco mais severa, para que a gente comece a diminuir esses casos, porque estão só aumentando.”

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