Em 24 de julho de 2013, o Atlético “se libertou” após décadas sem um título de expressão. A conquista da Copa Libertadores naquela temporada viria a transformar a realidade do clube mineiro, que se reafirmou como uma das grandes forças do futebol brasileiro.
O ano de 2012 já havia sido positivo, com o vice do Campeonato Brasileiro, mas a torcida ansiava por um grande título. Em uma jornada repleta de emoções, o Galo conquistou a Libertadores de 2013 ao bater o Olimpia em uma final épica no Mineirão.
“Foi um marco para a história do clube. Não só para a minha história, mas para a história. É uma grande quebra de paradigma, já que o Atlético vinha de momentos de falta de sorte, onde as coisas não caminhavam a favor”, disse o ex-goleiro Victor, personagem histórico daquele título, em entrevista recente.
A taça trouxe novos olhares para o Atlético. O clube passou a investir cada vez mais e se tornou ainda mais atrativo para atletas renomados no cenário do futebol.
“Já vinha uma história, uma tradição. Era um clube que era cobrado para ter títulos. Na última década, o Atlético se tornou um grande ganhador e um clube que chega em todas as competições”, analisou Victor.
Os números são reflexo dessa mudança de realidade. De 2014 até 2023, o Galo se tornou figura constante na Libertadores, tendo participado de oito das 10 edições no período. Também nesse recorte, o Atlético esteve seis vezes entre os seis melhores da Série A do Campeonato Brasileiro.
As campanhas, evidentemente, significaram aumento de receita em relação a anos anteriores. Maior arrecadação com direitos de transmissão e premiações pelo desempenho esportivo, o que possibilita mais investimentos no futebol.
Novas conquistas vieram. Copa do Brasil (2014 e 2021), Recopa Sul-Americana (2014), Campeonato Brasileiro (2021) e Supercopa do Brasil (2022) consolidaram a força do clube mineiro em âmbito nacional.
Outras campanhas de destaque merecem citação. O vice do Brasileirão em 2015, o vice da Copa do Brasil em 2016, o terceiro lugar do Brasileirão em 2020 e a jornada semifinalista da Libertadores de 2021 estão entre elas.
Título mudou patamar? Kalil opina
Em entrevista exclusiva ao portal No Ataque, o ex-presidente alvinegro Alexandre Kalil foi enfático ao opinar que a conquista da Libertadores não mudou o patamar do Galo.
“A torcida do Atlético é a vida do Atlético. Mudou o patamar? Não. O Atlético não ficou maior e nem ficará maior por nenhum título que ganhe. O Atlético tem o tamanho dele. Tanto tem o tamanho dele que foi o maior clube de Minas Gerais sem ganhar nada há 40 anos”, afirmou.
“Título não aumenta nem diminui clube. Título agrega alegria à torcida. O clube é o que é com título ou sem. O Atlético ficou 40 anos sem ganhar nada e é o Atlético. E seria o Atlético que é hoje”, encerrou.
Mais ‘grana’, maior dívida e SAF como solução
Nos últimos anos, para se manter competitivo diante de um cenário em que os principais concorrentes investem cada vez mais, o Atlético contou com o suporte de empresários. Rubens Menin, Rafael Menin, Ricardo Guimarães e Renato Salvador passaram a ter voz ativa na gestão do clube, fazendo aportes para contratações de peso e ajudando a manter as contas do futebol em dia.
Agora, o grupo de empresários conhecido como 4Rs será o detentor de 75% das ações da Sociedade Anônima de Futebol (SAF) do Atlético. Por meio da Galo Holding, empresa da qual os investidores terão 78%, o clube alvinegro pretende atacar, no decorrer dos próximos anos, a maior dívida do futebol brasileiro, avaliada em R$ 1,8 bilhão.