DEZ ANOS DA LIBERTADORES

O destino de chuteira usada por Réver, do Atlético, na final da Libertadores

Zagueiro que viria a se tornar um dos maiores ídolos da história do Galo lançou objeto em direção à torcida após a conquista
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A madrugada de 24 para 25 de julho de 2013 está eternamente guardada na memória dos atleticanos. Naquela noite, o Atlético bateu o Olimpia, do Paraguai, nos pênaltis, e conquistou de forma inédita a Copa Libertadores. Capitão do Galo na decisão, o zagueiro Réver foi um dos que mais festejou a conquista. Durante a volta olímpica no gramado do Mineirão, em Belo Horizonte, o defensor chegou a lançar uma de suas chuteiras em direção ao setor Amarelo Inferior no Gigante da Pampulha. Onde foi parar o objeto histórico? O No Ataque conta a história a seguir.

Naquela madrugada, o atleticano Leandro Moreira, ainda aos 15 anos, festejava o título com amigos na arquibancada do Mineirão. À reportagem, o hoje estudante de Direito relatou que não observava Réver no momento em que o zagueiro atirou a chuteira em direção aos torcedores.

“Estava com um grande amigo meu. No meio das comemorações, ele viu que o Réver ia arremessar a chuteira para a torcida. No que ele (Réver) arremessou, ele (amigo) me cutucou, avisando. Quando ele me cutucou, a chuteira já estava no alto. Como esse amigo meu é muito maior, ele chegou antes na chuteira. Só que ao tentar pegar, ela bateu no dedo dele e caiu no chão, na frente da minha cadeira”, relembrou Leandro.

“Eu literalmente tive o trabalho de abaixar e pegá-la. Parece realmente que estava escrito que eu pegaria, porque foi fácil (risos). No meio de sei lá quantos mil atleticanos naquele lugar, eu tive apenas que abaixar”, contou.

A chuteira usada por Réver na final da Libertadores de 2013

Proposta pelo artigo

Ao No Ataque, Leandro disse que chegou a receber uma expressiva proposta pela chuteira de Réver. O atleticano, de toda forma, não titubeou ao recusar: “Não tem valor”.

“É uma chuteira que, para mim, não tem valor. Inclusive, um amigo do meu pai já ofereceu R$ 30 mil nessa chuteira, mas eu não vendi. Para mim, além do valor simbólico que ela tem, o meu raciocínio foi que R$ 30 mil um dia eu vou conseguir alcançar e ganhar. Não necessariamente em um mês só (risos), mas espero alcançar um dia”, afirmou.

“Qual é a probabilidade de o Atlético ganhar outra Libertadores, eu estar no estádio e o Réver ou outro jogador arremessar? Qual a chance de eu pegar? É uma chuteira que eu vou guardar para sempre, mostrar para os meus filhos e para a minha família. Guardar com muito carinho”, garantiu Leandro.

O estudante guarda o objeto histórico na sala de casa. Lembrança mais do que especial de uma madrugada que jamais se apagará da memória de qualquer atleticano.

“Hoje, guardo na sala da minha casa. À mostra, para mostrar para todos aqueles que ainda não sabem dessa história. Apesar de que basicamente todos os meus amigos sabem. Vou guardar para sempre essa história da chuteira que me ofereceram R$ 30 mil, mas não tive coragem de vender. Muitos me acusam de louco. Tem mais ou menos uns quatro anos, mas não me arrependo. Se me oferecessem o mesmo valor ou mais hoje, eu não aceitaria”, assegurou.

Leandro Moreira com a chuteira de Réver

Réver no Atlético

Réver conquistou a Copa Libertadores em sua primeira passagem pelo Atlético. De 2010 a 2014, o jogador se firmou como um dos melhores zagueiros em solo brasileiro e foi multicampeão com a camisa preta e branca.

No período, Réver ganhou dois Campeonatos Mineiros (2012 e 2013), uma Copa Libertadores (2013), uma Recopa Sul-Americana (2014) e uma Copa do Brasil (2014) pelo Galo. Foi convocado pelo técnico Felipão para a Seleção Brasileira, com a qual conquistou o Superclássico das Américas de 2012 e a Copa das Confederações de 2013.

Posteriormente, entre 2015 e 2018, o defensor atuou por Internacional e Flamengo. Réver concretizou o retorno ao Atlético no começo de 2019, quando iniciava mais uma passagem vitoriosa pelo clube mineiro.

De 2019 a 2023, Réver conquistou mais quatro Campeonatos Mineiros (2020 a 2023), um Campeonato Brasileiro (2021), uma Copa do Brasil (2021) e uma Supercopa do Brasil (2023). Ele se igualou ao ex-goleiro João Leite como maior campeão da história do Atlético, com 12 títulos.

Ao todo, foram 349 jogos disputados com a camisa preta e branca. O zagueiro se firmou como um dos maiores ídolos da torcida alvinegra. Nos dias atuais, integra o grupo comandado por Felipão e cogita a possibilidade de pendurar as chuteiras ao fim do ano.

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