PALHINHA MORRE AOS 73 ANOS

Cruzeiro de luto por Palhinha: relembre os campeões da Libertadores de 1976 que já faleceram

Artilheiro do Cruzeiro na Copa Libertadores de 1976, com 13 gols, Palhinha morreu nesta segunda-feira (17/7), aos 73 anos

O Cruzeiro está de luto por Vanderlei Eustáquio Oliveira, o ídolo Palhinha, que morreu nesta segunda-feira (17/7), aos 73 anos. O ex-atacante passou os últimos momentos internado em um hospital de Belo Horizonte e não resistiu a uma infecção.

Palhinha foi o principal nome da Raposa na conquista da Copa Libertadores de 1976. Ele marcou 13 dos 46 gols do time na competição. O Cruzeiro contabilizou 11 vitórias, um empate e apenas uma derrota.

Na primeira fase, a equipe celeste liderou o Grupo 3, que também tinha Internacional e os paraguaios Olimpia e Sportivo Luqueño. Em seguida, levou a melhor sobre LDU, do Equador, e Alianza Lima, do Peru, na semifinal em formato triangular.

Na final disputada em “melhor de três”, o Cruzeiro ganhou do River Plate por 4 a 1, no Mineirão; perdeu por 2 a 1, na Argentina; e venceu por 3 a 2, em Santiago, no Chile. Palhinha marcou dois gols no primeiro duelo e um no segundo.

Relembre outros campeões da Libertadores de 1976 que já faleceram:

Roberto Batata (1949-1976)

Foto: Arquivo Estado de Minas – 24/2/1975 – Roberto Batata, atacante do Cruzeiro, em lance do jogo contra o Vasco

Morreu em 13 de maio de 1976, dois meses antes de completar 27 anos. Ele dirigia seu Chevrolet Chevette pela BR-381, quando colidiu frontalmente com um caminhão. O atacante iria de BH a Três Corações buscar a esposa e o filho pequeno depois do retorno da delegação do Cruzeiro de Lima, no Peru, onde o time goleou o Alianza por 4 a 0.

O acidente que vitimou Batata causou profunda comoção em Belo Horizonte. Milhares de fãs compareceram ao sepultamento do jogador no Cemitério do Bonfim. Roberto se eternizou como 11º maior artilheiro da história do Cruzeiro, com 111 gols em 290 jogos.

Zezé Moreira (1907-1998)

O técnico faleceu aos 90 anos, em 10 de abril de 1998, no Rio de Janeiro, por insuficiência respiratória. Comandante da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1954, também fez história nos cariocas Fluminense, Vasco e Botafogo.

Foto: J. Paula/Arquivo Estado de Minas – 15/08/1975 – Apresentação do técnico Zeze Moreira aos jogadores do Cruzeiro

No Cruzeiro, Zezé foi protagonista de uma das histórias mais curiosas do futebol. Ele deu uma bronca em Joãozinho por ter marcado o gol do título e da vitória sobre o River Plate, por 3 a 2, em Santiago, no Chile. É que o ponta-esquerda partiu para a cobrança de falta antes de Nelinho, que seria o responsável pelo arremate.

Zezé Moreira dirigiu o Cruzeiro em 132 jogos, com 75 vitórias, 36 empates e 21 derrotas.

Morais (1948-1999)

Ganhou fama na década de 1970 pelo seu estilo de jogo de pouca técnica e muita virilidade. O perfil durão e por vezes violento assustava os adversários. Um dos que mais sofreram com o ex-camisa 3 foi Reinaldo, do Atlético. Era comum o craque alvinegro sair do gramado do Mineirão com os meiões rasgados por causa das entradas ríspidas do beque celeste. Em 283 jogos pelo Cruzeiro, Morais marcou dez gols.

Morais pelo Cruzeiro na década de 1970. Foto: Revista Placar/Reprodução

O grandalhão de 1,87m com passagens por Democrata-SL, Sampaio Corrêa, Ceará e Comercial-MS atuou ainda por América-SP, Uberlândia e Araxá. Depois de pendurar as chuteiras, seguiu no futebol como dirigente, com trabalhos no próprio Cruzeiro e no Athletico-PR na década de 1990.

Morais morreu aos 51 anos, em 4 de setembro de 1999, quando dirigia de Curitiba, no Paraná, para Araxá, no Triângulo Mineiro. O antigo defensor teria sofrido um mal súbito e perdido o controle do carro, chocando-se com um caminhão em Botucatu, no interior de São Paulo.

Zé Carlos (1945-2018)

Zé Carlos tinha duas funções no Cruzeiro. Quando Piazza estava em campo, ganhava liberdade para atacar, como uma espécie de armador. Sem o habitual capitão, era recuado para a posição de volante. O jogador se destacava pela qualidade na marcação. E não precisava recorrer a jogadas violentas para desarmar os adversários. As intervenções eram executadas de maneira limpa e leal.

Foto: Acervo Estado de Minas/Revista O Cruzeiro/1969 – Zé Carlos, meio-campista do Cruzeiro

O meio-campista foi por muitos anos o jogador com mais partidas pelo Cruzeiro (633), até ser superado pelo goleiro Fábio, em 2015. Ele também se destacou na parte ofensiva ao marcar 87 gols.

Nos últimos anos de vida, Zé Carlos lidou com as sequelas de um acidente vascular cerebral (AVC). O ex-camisa 8 morreu aos 73 anos, em 12 de junho de 2018, depois de passar meses internado no Hospital do Barreiro, em Belo Horizonte.

Ronaldo Drummond (1946-2020)

Ronaldo Drummond era reserva no elenco do Cruzeiro, mas teve papel fundamental na caminhada ao título. No terceiro duelo da final, o ponta-direita substituiu o suspenso Jairzinho e participou dos três gols do triunfo celeste por 3 a 2.

Ronaldo Drummond pelo Cruzeiro em 1976. Ele disputou 33 jogos e marcou nove gols. Foto: Arquivo/Estado de Minas

No primeiro gol, dividiu a bola que originou o toque de mão do defensor adversário e a penalidade convertida por Nelinho. No segundo, desvencilhou-se da marcação de Alejandro Sabella antes de tocar para a finalização de Eduardo. E no gol do título, do ponta-esquerda Joãozinho, foi Drummond quem sofreu a falta.

Ronaldo se sagrou campeão por onde passou. Além da Libertadores de 1976, pelo Cruzeiro, e do Brasileiro de 1971, no Atlético, o atacante ergueu dois troféus da elite nacional pelo Palmeiras, em 1973 e 1974. Ele morreu aos 73 anos, em 9 de junho de 2020, por causa de uma hemorragia gástrica.

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