Em meio ao escândalo do esquema de apostas, o Atlético-MG reuniu o elenco nesta sexta-feira (12/5), na Cidade do Galo, para uma palestra sobre o assunto.
O objetivo da ação foi orientar os atletas sobre como agir em casos de aliciamento e esclarecer quais são as possíveis punições para os envolvidos. A conversa foi conduzida pelo diretor jurídico do clube, Luiz Fernando Pimenta.
“O interesse, junto com a diretoria do clube, é de prestar os auxílios necessários para quando os nossos atletas tiverem alguma situação que, potencialmente, podem estar sendo aliciados por uma organização criminosa, com uma repercussão muito gravosa para a vida esportiva e pessoal”, explicou o dirigente, à GaloTV.
Rodrigo Caetano, diretor de futebol do Galo, também participou da palestra. Ele lamentou o ‘momento do futebol brasileiro’ e destacou a importância da conversa com os jogadores.
“O clube tem por obrigação informar os seus atletas do momento que estamos atravessando no futebol brasileiro. Momento muito delicado, em que essas questões das apostas e manipulações de apostas tomaram conta dos noticiários e a quantidade de atletas envolvidos. Cabe a nós, no Galo, fazermos a nossa parte, alertá-los sobre todas as punições e consequências”, disse Caetano.
O Atlético-MG não tem nenhum atleta citado pelo Ministério Público no esquema de apostas. As orientações feitas nesta sexta-feira também serão passadas para o elenco do futebol feminino e a jogadores das categorias de base.
Zagueiro do Atlético-MG critica envolvidos
Entrevistado do dia na Cidade do Galo, o zagueiro Nathan Silva comentou as denúncias a outros jogadores que atuam no Brasil. O defensor criticou o caráter dos envolvidos e disse que eles devem ser punidos.
“É um momento delicado do futebol. Nós, jogadores, temos um papel muito importante, e ver isso de outros jogadores fazendo isso de manipulação é muito feio, fora do caráter. Mas quem sou eu para apontar o dedo para aqueles que fizeram”, lamentou.
“Sou muito de prezar por valores pessoais, então temos que tratar muito isso. Aqueles que fizeram a manipulação têm que pagar por isso. Espero que tudo se resolva, e que tenhamos um grande espetáculo porque o nosso futebol é maravilhoso”, completou Nathan.
Esquema de apostas
Na terça-feira (9/5), a Justiça aceitou a denúncia do Ministério Público de Goiás. O órgão é o responsável pela ‘Operação Penalidade Máxima II’, que investiga manipulação de 14 partidas no futebol brasileiro, incluindo jogos na Série A de 2022.
Com isso, 16 pessoas se tornaram réus na ação, que envolve apostadores, financiadores e jogadores, como o zagueiro Eduardo Bauermann, do Santos.
Os agentes investigam cerca de outras 20 partidas envolvendo quadrilhas de apostas. Outros jogadores foram citados no processo. Casos de Richard, do Cruzeiro, Nathan, do Grêmio, e Dadá Belmonte e Nino Paraíba, do América-MG.