A Câmara Municipal de Belo Horizonte discutirá a concessão de alvará provisório para o estádio do Atlético-MG. O Projeto de Lei do vereador César Gordin (Solidariedade), ex-presidente da torcida organizada Galoucura, tem como propósito liberar o funcionamento da Arena MRV mesmo antes de o clube cumprir todas as contrapartidas definidas pela administração da capital.
“Fala, massa atleticana! Acabei de protocolar aqui na Câmara um projeto de lei muito importante para a massa. Esse projeto vai liberar 100% de público e antecipar a inauguração do nosso estádio”, afirmou o parlamentar, nesta sexta-feira (19/5), em vídeo publicado no Instagram.
Segundo Gordin, “a não conclusão das contrapartidas poderia atrasar significativamente a inauguração do estádio”. Ele ainda ressaltou o impacto sofrido pelo clube durante a pandemia, especialmente pelo aumento do preço dos materiais de construção.
O vereador disse ter conversado com outros colegas de Câmara solicitando o apoio na causa. “Vamos trabalhar arduamente para que esse projeto tramite rapidamente aqui e possamos logo desfrutar da nossa casa. Essa é a nossa prioridade!”.
Para ser aprovado, o PL precisa passar por apreciação da Câmara Municipal e contar com pelo menos 21 votos favoráveis de um total de 41 vereadores em dois turnos.
Contrapartidas do estádio do Atlético-MG
A Arena MRV está localizada no bairro Califórnia, entre o Anel Rodoviário e a Via Expressa, na Região Noroeste de Belo Horizonte. Para edificar o estádio, o Atlético se comprometeu a arcar com obras sociais, ambientais e de mobilidade urbana.
Em março, o Galo estipulava R$ 250 milhões em contrapartidas como a construção de viadutos, alças e alargamento de calçadas, além do plantio de árvores em parques da cidade. As obrigações têm peso de 25% do valor total da obra, de cerca de R$ 1 bilhão.
Em trecho do PL, César Gordin propõe que a PBH conceda prazo mínimo de um ano e máximo de três anos para que o Atlético execute 100% das contrapartidas. Feito isso, o clube receberá o alvará definitivo para a operação da Arena MRV.
“O objetivo deste projeto de lei é promover o desenvolvimento e a expansão do esporte e dos eventos culturais e recreativos em Belo Horizonte. Ao permitir a concessão de alvará de funcionamento, independentemente do cumprimento total das contrapartidas, busca-se facilitar a implementação destes equipamentos na Capital, o que impulsiona a geração de empregos e incrementa a economia local”.
César Gordin, vereador de BH
Arena MRV
Com 98% das obras concluídas, a Arena MRV comportará 46 mil torcedores e contará com 112 camarotes, 42 bares e lanchonetes, cerca de 2.300 vagas de estacionamento e sete cozinhas. O estádio foi projetado pelo arquiteto Bernardo Farkasvölgyi. Já as obras, iniciadas em abril de 2020, ficaram a cargo da Racional Engenharia.
Em fevereiro, o CEO da Arena MRV, Bruno Muzzi, falou sobre as expectativas da utilização do estádio pelo time principal do Atlético-MG. “Vai depender, de fato, da Prefeitura e da gente, de conseguir todas as licenças para que isso ocorra. A partir de agosto, a arena estará pronta para receber futebol. Essa é a minha expectativa”.
Custo do estádio
O montante de R$ 1 bilhão da Arena MRV é mais do que o dobro da previsão inicial há quase seis anos. Em 2017, o Atlético estimava um gasto de R$ 410 milhões. Em maio de 2022, subiu para R$ 650 milhões. No mesmo ano, em setembro, as cifras chegaram a R$ 950 milhões – R$ 50 milhões abaixo do valor atual.
Na concretização da Arena MRV, o Atlético-MG obteve recursos com a venda de 50,1% do shopping Diamond Mall (R$ 250 milhões) e a comercialização de naming rights (R$ 60 milhões) e cadeiras cativas (R$ 100 milhões). O clube também recorreu a empréstimos de mais de R$ 600 milhões, dando a receita de bilheteria pelos próximos anos como garantia de pagamento da dívida.
