O Atlético-MG usou R$ 15 milhões da venda de parte do shopping Diamond Mall ao Pedra Negra Renda Imobiliária (FPNG11), fundo de investimentos, para pagar salários atrasados. A informação foi antecipada pela Itatiaia e confirmada pelo portal No Ataque.
Na última terça-feira (23/5), o Galo recebeu, via PIX, R$ 55 milhões. O valor corresponde à primeira parcela do fundo administrado pela BR Capital, que tem um grupo mineiro como cotista.
O Pedra Negra comprou 24,95% do Diamond Mall. Os outros 75,05% pertencem à Multiplan, que também administra o Pátio Savassi e o BH Shopping na capital mineira.
O acordo com a Multiplan, formalizado em janeiro de 2023, previa o pagamento de R$ 68 milhões à vista por 24,95%. O restante, R$ 102 milhões, foi dividido em 12 parcelas iguais e sucessivas, indexadas ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
A utilização de parte do valor da venda do patrimônio para honrar os compromissos salariais contradiz parte do planejamento do clube. Na primeira edição do Galo Business Day, em 2021, o Atlético-MG explicou que pretendia destinar a totalidade dos recursos para quitar dívidas com instituições financeiras e acordos judiciais. A intenção foi reiterada em diversas oportunidades pela atual gestão.
A dívida do Atlético-MG é a maior do futebol brasileiro. De acordo com o balanço financeiro de 2022 divulgado pelo clube mineiro, o endividamento bruto alcançou R$ 1,692 bilhão ao fim de 2021.
Ainda de acordo com o documento, 47% da dívida bruta (R$ 796 milhões) está relacionada a “operações de crédito”. O Galo deve a bancos como Bmg, Inter, Pactual e XP. Considerando indicadores de mercado e outros adicionais, os juros pagos pelo clube mineiro chegam a 20% ao ano.