ATLÉTICO-MG

Agente de Coudet contradiz Atlético-MG e nega que técnico pediu demissão

Clube mineiro considera que o argentino pediu para sair e já cogita acionar a Justiça por multa, mas empresário dá outra versão
Foto do autor
Compartilhe

O agente de Eduardo Coudet, Christian Bragarnik, deu outra versão sobre o episódio desse sábado (10/6). Se por um lado o Atlético-MG entendeu que houve um pedido de demissão, por outro o empresário garante que o treinador ainda está no comando do clube.

“Não é bem assim. Ele disse que vai avaliar o futuro caso não cheguem reforços. Mas hoje é o treinador do Atlético, a não ser que queiram demiti-lo”, afirmou Bragarnik, em contato com o No Ataque.

Com o posicionamento do agente, a reportagem voltou a procurar a diretoria alvinegra, que desmentiu a versão dada. No entendimento do Atlético-MG, houve pedido de demissão oral, o que permite o fim do vínculo com o treinador mesmo sem um documento formal. 

Neste cenário, mesmo que Coudet demonstre intenção de retornar, o Galo pode acionar a Justiça para obter o rompimento do contrato e o valor da multa recisória, que gira em torno dos R$ 20 milhões neste momento. 

O Atlético-MG vai divulgar uma nota oficial nas próximas horas detalhando a atual situação. No entanto, com o posicionamento do representante de Coudet, a tendência é que a saída do treinador não seja definitiva no momento – ao menos em termos contratuais.

O clube entende que a decisão de romper o contrato, válido até dezembro de 2024, partiu do argentino e, a princípio, não pretende negociar o valor da multa.


O que foi dito por Coudet?

De acordo com o Atlético, Coudet deixou claro a intenção de deixar a Cidade do Galo. Após o empate com o Bragantino, no Mineirão, ele se despediu dos jogadores no vestiário e disse que estava embarcando para a Argentina. A cena pegou todos de surpresa, com cerca de 60 pessoas presentes no local.

No vestiário, o argentino indicou descontentamento com a direção do Atlético-MG, que deve anunciar nos próximos dias as vendas do zagueiro Nathan para o Pumas, do México, e do volante Allan para o Flamengo. Coudet disse que o combinado era reforçar o elenco, não enfraquecê-lo.

Nesse momento, o diretor de futebol, Rodrigo Caetano, defendeu o elenco de jogadores e disse que, mesmo com possíveis saídas, o Galo ainda pode brigar por títulos no ano. O ambiente ficou pesado e o clima, pouco amistoso.

O clima entre diretoria e Coudet no Atlético-MG

A falta de harmonia entre técnico e dirigentes/investidores do Atlético-MG não é de hoje. Em abril, Coudet deu uma entrevista polêmica, em que lamentou as vendas de jogadores, o elenco curto e criticou os mecenas do Galo.

A diretoria chegou a cogitar a saída de Chacho, mas definiu pela permanência do treinador, que pediu desculpas publicamente dias após o ocorrido. A decisão pela continuidade do trabalho se deu muito em função da multa milionária em caso de quebra do contrato.

Ainda assim, o descontentamento com o treinador foi grande nos bastidores do alvinegro. Com o novo ‘desabafo’ de Coudet, dessa vez internamente, a relação entre as partes fica cada vez mais desgastada, e dificilmente o Atlético-MG irá manter Coudet no comando da equipe.

O elenco está de folga nos próximos dias e só volta a treinar na quarta-feira. O próximo compromisso é em 21 de junho, quarta-feira, às 21h30, contra o Fluminense, no Maracanã, pela 11ª rodada do Brasileiro.

Compartilhe