FINANÇAS DO ATLÉTICO-MG

Finanças do Atlético-MG: relatório coloca Galo entre piores da Série A

"Estruturalmente, temos uma situação cuja solução operacional parece improvável": estudo especializado reafirma situação crítica no Atlético-MG
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O Relatório Convocados, produzido pela Galapagos Capital em parceria com a Outfield, colocou o Atlético-MG entre os piores clubes da Série A do Campeonato Brasileiro numa análise minuciosa de finanças no futebol nacional. O Galo recebeu o rating “E”, que marca a pior avaliação econômica possível no estudo.

O Convocados aponta o aumento da dívida, o desempenho esportivo abaixo da expectativa e a redução de receitas como fatores determinantes negativamente para o clube mineiro no ano passado. “Como a geração de caixa é frágil, a contrapartida dos investimentos é aumento de dívidas, que seguiram crescendo em 2022, especialmente na linha das dívidas onerosas”, relata o estudo.

Números do Atlético-MG ao fim de 2022 no Relatório Convocados

  • Dívida total líquida: R$ 1,498 bilhão
  • Déficit operacional: R$ 144,9 milhões
  • Variação de receita total (2021 para 2022): -21%
  • Variação com direitos de transmissão (2021 para 2022): – R$ 141 milhões
  • Evolução da dívida líquida (2021 para 2022): 14%
  • Preço médio por ingresso para sanar 100% da dívida: R$ 3.082,42 (maior do Brasil)
  • Custos e despesas com pessoal: R$ 271 milhões (5° do Brasil)

O levantamento também revela dados sobre a relação entre a dívida líquida dos clubes e a receita total média dos últimos quatro anos, corrigida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). O recorte de tempo em questão foi adotado para “minimizar efeitos da volatilidade natural à indústria”.

O Atlético-MG lidera esse ranking negativo em âmbito nacional. Os números mostram que o endividamento líquido alvinegro é 4,2 vezes maior do que a arrecadação média das últimas quatro temporadas.

Ainda de acordo com as contas do Relatório Convocados, o Galo é o clube da Série A que precisaria de mais tempo para pagar as dívidas considerando o uso de 20% das receitas médias de 2019 a 2022. Seriam necessários exatos 20,9 anos.

Aqui, o Atlético-MG é seguido pelo rival Cruzeiro (19,9 anos), pelo Botafogo (18,8) e pelo Vasco (17,5). Curiosamente, o alvinegro mineiro está junto dos três primeiros clubes a concretizar a transformação em Sociedade Anônima do Futebol (SAF) no Brasil.

“Fluxo de caixa muito frágil. Sem geração de caixa, com investimentos desproporcionais à capacidade de pagamento, custo financeiro alto sobre uma dívida altíssima. Estruturalmente, temos uma situação cuja solução operacional parece improvável”: assim se encerra a avaliação do Atlético-MG no estudo.

Soluções propostas no relatório

O economista Cesar Grafietti participou ativamente da elaboração do Relatório Convocados e propôs caminhos aos clubes que buscam melhorar as situações financeiras. As soluções estão divididas em quatro áreas: receitas, custos e despesas, investimentos e dívidas. Veja na imagem a seguir.

O Atlético-MG busca uma alternativa mais veloz para equacionar a dívida bilionária: a transformação em SAF. O Galo tem conversas avançadas com o investidor norte-americano Peter Grieve e outros grupos de empresários brasileiros para se tornar um clube-empresa.

Com os recursos advindos da SAF, o Atlético-MG pretende atacar as dívidas e praticamente zerá-las em um curto espaço de tempo. De toda forma, a ideia inicial da diretoria do clube mineiro passava por um clube-empresa que também direcionasse recursos para a manutenção de um elenco competitivo em âmbito nacional.

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