O Atlético-MG pagará aproximadamente o triplo do previsto nas obras para a construção da Arena MRV (desconsiderando correções monetárias). O novo estádio do Galo fica localizado no Bairro Califórnia, na Região Noroeste de Belo Horizonte.
Em 18 de setembro de 2017, votação do Conselho Deliberativo do Atlético-MG decidiu pela aprovação do projeto do estádio. Naquela altura, as obras estavam orçadas em R$ 410 milhões.
A ideia passava por vender 50,1% do shopping Diamond Mall, no Bairro de Lourdes, por R$ 250 milhões, para financiar a maior parte da construção. O restante seria obtido por meio de investidores – R$ 60 milhões por naming rights e R$ 100 milhões por cadeiras cativas.
O terreno, avaliado em R$ 50 milhões à época, foi doado pelo empresário do ramo de construção civil Rubens Menin – principal mecenas alvinegro.
Quase seis anos depois, no entanto, a torcida do Atlético-MG observou um aumento expressivo nos valores da obra da Arena MRV. Nesta quinta-feira (15/6), em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) de Abuso de Poder, o CEO Bruno Muzzi estimou que o custo final da construção rondará a casa de R$ 1,2 bilhão.
Arena MRV: origens do aumento dos custos
Ao longo dos últimos meses, o dirigente explicou, em diversas oportunidades, as origens desse aumento. As contrapartidas exigidas pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) tiveram grande peso e, atualmente, estão avaliadas em aproximadamente R$ 335,3 milhões – quase 50% dos R$ 750 milhões investidos no perímetro da Arena MRV em si.
Outro ponto frequentemente abordado por Muzzi é o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC). Durante a pandemia de COVID-19, o Galo teve de lidar com a elevação no preço de matérias-primas, que também encareceu a construção do estádio.
Em relação ao projeto inicial da Arena MRV, outra mudança foi a adoção do plano de tecnologia. O Atlético-MG investiu cerca de R$ 100 milhões para modernizar a experiência do torcedor no novo estádio, com Wi-Fi de alta velocidade, painéis de LED e outras soluções. Também há R$ 100 milhões em “custos acessórios”.
Por meio de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs), o clube mineiro fez antecipações de receitas na ordem de R$ 440 milhões para concluir as obras. Ainda em oitiva à CPI de Abuso de Poder, Bruno Muzzi afirmou que o Galo não dispõe de R$ 150 milhões em recursos para finalizar a construção.