ATLÉTICO-MG

Os 5 principais desafios de Felipão no comando do Atlético-MG

Experiente treinador gaúcho, de 74 anos, tem desafios internos e externos no Galo; contrato vai até dezembro de 2024
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Novo treinador do Atlético-MG, o multicampeão Felipão terá grandes desafios no comando do clube mineiro. A reportagem de No Ataque elenca as cinco principais missões do gaúcho de 74 anos no Galo.

Luiz Felipe Scolari se despediu do Athletico-PR após um ano e meio de trabalho no clube – primeiro como treinador e, depois, como coordenador técnico. No ano passado, foi vice-campeão da Copa Libertadores com o Furacão ao ser superado pelo Flamengo na grande decisão.

Após acertar a rescisão contratual amigável com o argentino Eduardo Coudet, ex-comandante alvinegro, o Atlético-MG teve caminho livre para anunciar o novo treinador. Veja, a seguir, os cinco principais desafios de Felipão sob direção do Galo.

Controlar vestiário e ambiente interno

Não menos importante do que os objetivos esportivos, o controle do ambiente interno no Atlético-MG é uma tarefa de suma importância para Felipão. Um dos nomes mais respeitados da história do futebol, o treinador tem fama positiva nesse quesito.

O Galo convive com um ambiente de certo desgaste. Os embates entre Coudet e a diretoria eram um motivo de preocupação constante para a cúpula.

O estopim aconteceu no vestiário do Mineirão, em Belo Horizonte, no último sábado (10/6). Após o empate com o RB Bragantino, pela Série A do Campeonato Brasileiro, o argentino criticou o planejamento de elenco da diretoria, deu a entender que o elenco não era suficiente para grandes títulos na temporada e se despediu dos atletas.

Rodrigo Caetano, diretor de futebol, saiu em defesa dos jogadores na oportunidade. A missão deve ser abraçada por Felipão, que tem histórico de proximidade com os elencos que comandou na carreira e deve resgatar a moral interna.

Encurtar distância para o líder do Brasileiro

Os dois primeiros compromissos oficiais de Luiz Felipe Scolari no comando do Atlético-MG serão pela Série A do Campeonato Brasileiro. Fora de casa, o Galo terá confrontos contra Fluminense (5° colocado) e Fortaleza (11°) na retomada do futebol nacional após a Data Fifa.

O Atlético-MG é o 4° colocado da Série A, com 18 pontos, e se vê a seis de distância do líder Botafogo. Também à frente do Galo estão Palmeiras (22 pontos) e Flamengo (19).

A meta esportiva do clube mineiro é ficar entre os quatro melhores do Brasileirão. No entanto, nos bastidores, entende-se que o elenco mineiro é capacitado para brigar pelo tricampeonato nacional. Para isso, uma arrancada nos primeiros jogos com Felipão é primordial.

Confirmar avanço na Libertadores e buscar título após dez anos

A situação do Atlético-MG na fase de grupos da Copa Libertadores é, de certa forma, até confortável. Ainda assim, Luiz Felipe Scolari tem o desafio de confirmar a classificação do Galo às oitavas de final e buscar o título que não vem desde 2013.

O Atlético-MG é o vice-líder do Grupo G da Libertadores, com nove pontos. O Athletico-PR, agora ex-clube de Felipão, lidera com dez.

Na última rodada, os mineiros visitarão o Libertad, em Assunção, no Paraguai, enquanto os paranaenses receberão o Alianza Lima, do Peru, em Curitiba. O cenário é favorável: o Galo pode até perder por um gol de diferença que, ainda assim, garantirá uma vaga nas oitavas.

Marketing do Atlético-MG fez postagem alusiva ao bigode de Felipão

O duelo entre Atlético-MG e Libertad acontecerá às 19h do dia 27 de junho, no Estádio Defensores del Chaco. Até lá, Felipão terá os dois compromissos do Brasileirão para fazer os primeiros ajustes na equipe.

Com o Furacão, Scolari foi finalista da Copa Libertadores de 2022, mas viu sua equipe perder por 1 a 0 para o Flamengo. O gaúcho é bicampeão do torneio continental – com o Grêmio, em 1995, e com o Palmeiras, em 1999.

Lidar com limitações para investimentos

Ao menos por enquanto, Felipão não poderá contar com grandes investimentos para contratações no Atlético-MG e terá de lidar com possíveis baixas no elenco. Essa é uma realidade do clube mineiro, que prioriza reforços sem a necessidade de gastos para adquirir direitos econômicos no mercado desde o ano passado e precisa concretizar vendas para amenizar a grave crise financeira.

O elenco do Galo dispõe de peças de grande renome no cenário nacional, como Paulinho e Hulk, mas é visto por parte da torcida e imprensa como curto e desequilibrado. O único jogador com características de um ponta, por exemplo, é o argentino Cristian Pavón.

Encontrar as peças ideais para o novo modelo de jogo, promover ajustes e lidar com as limitações será outro dos desafios de Luiz Felipe Scolari. Enquanto isso, a diretoria do Atlético-MG segue trabalhando para concretizar a transformação em Sociedade Anônima do Futebol (SAF) e, a partir disso, ter maiores condições de investimento no mercado da bola.

Controlar a expectativa da torcida

Ainda que chegue com o objetivo de manter o Atlético-MG na rota dos grandes títulos, Felipão precisará controlar a “ansiedade” da torcida do Galo. E são vários os fatores envolvidos: desempenho dentro das quatro linhas, novas contratações e taças.

É natural que, em um início de trabalho de um treinador, o rendimento de uma equipe oscile e as ideias de jogo levem certo tempo para ficar claras. A temporada está a todo vapor e os resultados precisam ser coerentes com as pretensões alvinegras, mas Felipão terá um trabalho praticamente “do zero” a fazer.

O histórico tático do gaúcho também pode ser motivo de pressão por parte dos atleticanos, que se acostumaram a ver times bastante ofensivos nos últimos anos. Scolari carrega o rótulo de um treinador “resultadista”, que privilegia a consistência defensiva.

De toda forma, com um currículo de peso e recheado de experiência, Felipão foi avaliado como o nome certo pela diretoria do Atlético-MG para os planos do clube na sequência de 2023. Agora, só o tempo poderá dizer se a contratação foi um acerto por parte do Galo.

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