ARENA MRV

Câmara de BH aprova projeto para liberar inauguração da Arena MRV

Projeto flexibiliza entrega das contrapartidas que barram inauguração da Arena MRV, estádio do Atlético-MG; votação segue para segundo turno
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Sílvia Pires

Os vereadores aprovaram, nesta quarta-feira (21/6), o projeto para acelerar a liberação da Arena MRV, estádio do Atlético-MG, no Bairro Califórnia, na Região Noroeste de Belo Horizonte. O texto agora segue para votação em segundo turno e, se aprovado, garante que o estádio passe a funcionar, mesmo antes do término das intervenções exigidas pela Prefeitura de Belo Horizonte.

A votação desta manhã foi acompanhada pela principal torcida organizada do time, a Galoucura, que comemorou a vitória entoando o hino do Atlético-MG. O projeto foi aprovado com 36 votos favoráveis e dois contrários: dos vereadores Miltinho CGE (PDT) e Fernanda Pereira Altoé (Novo).

Acompanhando a votação nas galerias do plenário, a Galoucura vibrou, gritou e entoou o hino do clube a cada voto dos vereadores. Emocionado, o torcedor Tales Davi Dias de Souza, de 30, definiu o momento como “dever cumprido”, após o fim da sessão. “Tenho certeza que o projeto vai ser aprovado com a pressão da torcida”, disse.

A previsão é de que o projeto seja votado em plenário na sexta-feira (30/6) da próxima semana.

De autoria do vereador César Gordin (Solidariedade), ex-presidente da Galoucura, o PL estende em até três anos o prazo para que a arena entregue as contrapartidas exigidas pelo poder público para construção, em especial as obras viárias no entorno da arena alvinegra.

“Acho que está todo mundo com vontade de liberar a arena. As contrapartidas serão pagas, a gente não vai tirá-las. A intenção não é chegar e empurrar um espaço sem condições de uso. As obras viárias já estão acabando. Não tem por que ser contra o projeto”, disse César Gordin.

Uma emenda proposta pelo líder da prefeitura de BH, vereador Bruno Miranda (PDT), foi incluída no texto pedindo mais prazo para discussão do projeto. Na sessão desta manhã, o parlamentar defendeu a modificação. “Apresentamos uma emenda, para que ele siga sendo discutido nas comissões e continue sendo discutido pela prefeitura. Temos aspectos de legalidade que precisam ser mais bem estudados”, declarou e votou favorável ao projeto. A inclusão no texto ainda será avaliada pelos vereadores na próxima sessão.

Com alfinetadas em opositores, o presidente da Câmara, Gabriel Azevedo (sem partido), deixou a mesa para votar a favor do projeto. “Não é um voto apenas para o clube, é um voto para a cidade. Estamos com um problema seríssimo em Belo Horizonte que é a ausência de espaço para grandes espetáculos”, afirma.

Contrapartidas da Arena MRV

Em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) – Abuso de Poder na PBH (Prefeitura de Belo Horizonte), o CEO do Atlético-MG, Bruno Muzzi, afirmou que o clube não tem dinheiro para concluir as obras de contrapartidas da Arena MRV.

Ele detalhou os valores da construção do estádio e revelou que faltam R$ 150 milhões em recursos.

De acordo com Muzzi, a estimativa atual é que a obra da Arena MRV custe cerca de R$ 1,2 bilhão:

  • R$ 750 milhões em obras no perímetro do estádio
  • R$ 335 milhões em contrapartidas
  • Mais de R$ 100 milhões em “custos acessórios”
  • As obras do estádio em si estão praticamente concluídas. Nessa terça-feira (13/6), o Galo inaugurou os vestiários do estádio.

Porém, o Atlético-MG alega não ter dinheiro suficiente para bancar todas as contrapartidas exigidas pela PBH – obras sociais, viárias e ambientais solicitadas para a aprovação do projeto.

“Algumas dessas contrapartidas viárias, principalmente, que fazem a ligação do Anel Rodoviário com a Via Expressa, com a BR-040, e uma ou outra passarela, nós não temos mais o recurso para fazer e estamos vendo como proceder em relação a isso. Estamos falando de uns R$ 150 milhões, eu acho”, declarou Muzzi.

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