O Atlético-MG passa por uma mudança de rota no caminho para se transformar em Sociedade Anônima do Futebol (SAF). Na noite desta sexta-feira (30/6), na sede do Galo, na região Centro-Sul de Belo Horizonte, o empresário e mecenas Rubens Menin apresentou o novo molde do projeto de clube-empresa alvinegro.
O evento foi marcado pela presença de diversos conselheiros do clube, além de ex-dirigentes. O órgão colegiado, composto pelo presidente Sérgio Coelho, pelo vice-presidente José Murilo Procópio e pelos 4Rs (Rafael Menin, Ricardo Guimarães e Renato Salvador, além de Rubens), é claro, também participou da reunião.
Em análise interna, a SAF do Atlético-MG é avaliada em cerca de R$ 2,1 bilhões. As conversas dos últimos meses indicavam um acerto com o empresário norte-americano Peter Grieve, em um cenário que tornaria o investidor sócio majoritário do clube-empresa atleticano.
Grieve, no entanto, não obteve sucesso na missão de levantar recursos para o investimento pré-acordado com o Galo. Além disso, a cúpula alvinegra passou a considerar uma ‘SAF de atleticanos’ como a melhor opção.
A “nova” SAF do Atlético-MG
O novo cenário se desenha para uma SAF comandada pelos 4Rs e por outros grupos de empresários mineiros e atleticanos. No projeto, seriam reduzidos R$ 915 milhões da dívida de R$ 1,8 bilhão do clube da seguinte forma: R$ 615 milhões em aporte e R$ 300 milhões em abatimentos do débito com os mecenas.
A quitação completa da dívida seria de responsabilidade da SAF. O restante dos pagamentos, após o ataque aos débitos onerosos (que geram juros e são os mais prejudiciais à saúde financeira do clube), seria realizado de forma parcelada.
O projeto passa pela formação de uma holding. O termo diz respeito a uma sociedade criada com o intuito de administrar um grupo empresarial. Essa holding teria controle majoritário sobre a SAF do Atlético-MG e, consequentemente, tomaria as decisões mais determinantes para o futuro da instituição.
A “Galo Holding” deterá 75% das ações do clube-empresa, enquanto a associação ficará com os 25% restantes. O perímetro da transação envolveria o departamento de futebol (R$ 800 milhões), a Arena MRV e a Cidade do Galo (R$ 1,3 bilhão, somando os dois patrimônios). Sede Administrativa, Labareda e Vila Olímpica seguem com a associação.
Para além dos 4Rs, dois fundos entram na negociação. Os nomes não foram revelados. De acordo com Rubens Menin, os documentos já estão assinados com esses investidores.
De toda forma, na reunião conduzida pelo empresário, a cúpula alvinegra pontuou que o Conselho Deliberativo seguirá tendo papel ativo na condução do clube-empresa do Galo. A transformação definitiva em Sociedade Anônima do Futebol, inclusive, ainda precisará passar por votação e ser aprovada pelos conselheiros.
Após a oferta vinculante, esse pleito deve acontecer na primeira quinzena de agosto. Depois disso, se o projeto for aprovado, haverá a assinatura dos documentos definitivos e a conclusão da transação.
“O Atlético-MG está salvo”, disse o vice-presidente José Murilo Procópio durante a reunião.