SAF DO ATLÉTICO-MG

SAF do Atlético-MG: entenda por que Peter Grieve saiu dos planos

Empresário estadunidense era apontado como o favorito para assumir a SAF alvinegra, mas Galo seguiu outro rumo
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O empresário estadunidense Peter Grieve era apontado como possível investidor majoritário da Sociedade Anônima de Futebol (SAF) do Atlético-MG. No entanto, ele não conseguiu levantar recursos para o investimento pré-acordado com o Galo.

Além disso, a cúpula alvinegra passou a considerar uma ‘SAF de atleticanos’ como a melhor opção. Desta forma, os 75% das ações serão negociados com investidores que são torcedores do clube, enquanto a associação permanecerá com outros 25%.

Inicialmente, fazem parte deste projeto os 4 R’s do Atlético, Rubens Menin, Rafael Menin, Ricardo Guimarães e Renato Salvador, além de outros três empresários que não tiveram os nomes revelados.

Bruno Muzzi, CEO do Galo, ainda citou o processo de captação nos Estados Unidos. Segundo o dirigente, o retorno de Grieve às negociações não está descartado, mas é considerado improvável. Caso isso acontecesse, o empresário teria que se contentar com menos ações do que pretendia.

“O Peter é uma pessoa muito especial na minha visão, um cara muito sério, com uma visão de futebol muito bacana, desenvolvemos uma boa relação. O processo de captação nos Estados Unidos não está tão simples, é complexo”, disse Muzzi, à Rádio Itatiaia

“Ele (Peter) tem desejo de fazer parte da SAF. Se no momento do fechamento, ele tiver algum recurso que deseja trazer, será bem-vindo, mas com um papel minoritário, como qualquer outro investidor. O que mudou é que a essência da transação da SAF é que ela será controlada por atleticanos, isso é que de fato foi a reviravolta, a mudança”, explicou o CEO. 

‘Poder de governança’ na SAF influenciou na saída de Grieve

Rubens Menin também comentou a saída de Grieve do projeto. O mecenas apontou o poder de governança como principal fator. 

“O Peter é um cara muito bacana, foi um dos investidores estrangeiros que mais quis aceitar nosso poder de governança. Mas dentro disso acho que ele está fora, infelizmente, porque conseguimos o que sempre queríamos, que é a governança com o Atlético mantendo o poder”, afirmou.

Quem é Peter Grieve?

Peter iniciou a carreira no Goldman Sachs, renomada instituição financeira multinacional sediada em Nova Iorque. Foram 25 anos na empresa até que, em 2009, deixou o cargo de diretor para ajudar a fundar a Cordia Bancorp Inc., grupo para adquirir e recuperar bancos falidos.

No mesmo período, Grieve começou a diversificar os investimentos e as áreas de interesse. Aventurou-se pela indústria de tecnologia e, é claro, pelo futebol. Em 2008, passou a integrar o quadro de diretores do Grassroot Soccer, organização que busca conscientizar jovens africanos sobre o HIV.

Em 2009, investiu no processo de fundação o Bantu Rovers, clube profissional de Zimbábue do qual é coproprietário até hoje. O time chegou à Primeira Divisão, mas não passou do nono lugar. Foi rebaixado em 2017 e ainda não voltou à elite local.

Entre 2017 e 2019, Grieve também integrou o grupo de donos do Europa Point, time de Gibraltar. Mais uma vez, não teve grande destaque. A equipe jogou uma edição da Primeira Divisão no período e ficou em 10º, com somente 12 clubes em disputa.

Em 2016, tentou dar o passo mais ousado da carreira e esteve muito perto de adquirir o Hull City, time que à época subiu para a Premier League. Segundo a imprensa inglesa, o acordo com a família Allam, que detinha o clube à época, estava apalavrado.

Porém, uma série de desavenças fez o negócio ser desfeito. CEO do Hull City na época, Nick Thompson contou ao The Athletic que os então donos do clube subiram o preço seguidas vezes, de forma repentina. 

Grieve teria aceitado os novos valores e marcado um encontro num hotel em Londres para assinar o contrato, mas Ehab Allam não apareceu. O Hull City negou que isso tenha ocorrido.

Grupo bilionário

Depois das três experiências no futebol, Peter Grieve decidiu dobrar a aposta. Fundou a The Football Co. e foi em diferentes continentes buscar investidores com interesse em adquirir equipes pelo mundo num formato chamado de “MCO” (Multi-club ownership), em que um grupo detém vários clubes.

Grieve é o acionista fundador, integrante do comitê de administração e presidente da empresa. De acordo com ele, os investimentos iniciais do The Football Co. serão de 1 bilhão de dólares (R$ 5,16 bilhões da cotação atual).

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