Hulk levou o 37º cartão amarelo desde que chegou ao Atlético-MG nesse domingo (2/7), no empate por 2 a 2 com o América-MG, pelo Campeonato Brasileiro. O atacante de 36 anos foi expulso após o fim da partida no Mineirão e saiu na bronca com o árbitro Wilton Pereira Sampaio.
“Ele (Wilton) chegou na minha cara e comemorou. Não sei porque ele comemorou. Por tudo o que é mais sagrado! Ele chamou a comissão dele e comemorou na minha cara. Comemorou o que? O que um árbitro vai comemorar? Pô! E a câmera pegou, ainda bem que a câmera estava me filmando”, afirmou Hulk, na zona mista.
Hulk já tinha levado um amarelo por reclamação aos 14 minutos do primeiro tempo. Para ele, a expulsão ocorreu pela ironia com o árbitro.
“Depois que ele me expulsou, eu bati palma, parabéns. E ele falou que me expulsou porque eu bati palma. Peguem a filmagem e vejam que ele me expulsou depois que eu bati palma”, explicou.
Na súmula, Wilton detalhou o motivo do segundo amarelo para o atacante do Atlético. “Por, após o término do jogo, se dirigir ao centro do campo, se aproximando do quarteto de arbitragem enquanto nos cumprimentávamos como ocorre tradicionalmente após o término das partidas, momento em que o referido atleta proferiu as seguintes palavras: ‘vocês estão comemorando o quê? O trabalho de vocês foi uma vergonha!”, iniciou.
“Em ato contínuo, o mesmo pediu repetidas vezes a um cinegrafista que estava próximo para que nos filmasse. Após a expulsão, o referido atleta se aproximou novamente do quarteto de arbitragem aplaudindo de forma irônica e se retirando em seguida. Registro por fim que diante das palavras que foram ditas me senti ofendido em minha honra”, completou.
Cartões de Hulk no Atlético-MG
Essa foi apenas a segunda expulsão de Hulk com a camisa do Atlético. No entanto, o atacante é o que mais levou cartões no clube desde que foi contratado.
Foram nove amarelos em 2021, 11 na temporada passada e 17 neste ano, levando em conta o segundo cartão amarelo desse domingo. Com 149 jogos neste período, ele leva, em média, um cartão a cada quatro jogos.
Felipão e Caetano saem em defesa de Hulk
Em entrevista coletiva, Felipão e Rodrigo Caetano defenderam Hulk. O treinador iniciou falando do histórico de Wilton Pereira Sampaio contra o Atlético.
“Só ver o histórico dele com o Atlético. Só ver isso. Se alguém tiver possibilidade, faça e veja”, disse. Na sequência, Felipão insinuou que há algo ‘por trás’ dos cartões de Hulk.
“É ordem lá de dentro. O Hulk olha feio para alguém, é cartão amarelo. É ordem de lá, já sabemos que é isso; Tentamos mostrar o Hulk, para todo mundo. Ele, como capitão, pode, normalmente, com educação, se dirigir ao árbitro, de forma respeitosa. E ele não tem feito diferente, reclamado de forma acintosa, levantando o braço, jogando o árbitro contra o público”, afirmou.
Já Caetano apontou que o presidente da comissão de arbitragem da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Wilson Luiz Seneme, garantiu que os capitães teriam mais liberdade para conversar com os árbitros.
“Eu concordo com o que o professor Felipe disse, porque esse árbitro tem um histórico péssimo contra o Galo. (…) Nós trouxemos pessoas da comissão de arbitragem a pedido do Seneme para dar uma palestra – e ainda bem que gravamos a palestra – e dentre tantas coisas que ele colocou, disse: ‘esse ano os capitães vão poder falar com o árbitro, será o responsável pela comunicação da equipe e o árbitro”, apontou.
“O Hulk foi falar com 10 minutos de jogo (e levou amarelo). Uma das coisas que não podemos discutir aqui é que, além de ser um atleta de ponta, é extremamente educado. As ações dele com o nosso torcedor e com vocês (imprensa) prova isso. Por que ele seria diferente com o árbitro?”, questionou o diretor de futebol.
Apesar da crítica, Caetano adotou um tom mais ameno em relação a Scolari. Ele não acredita que há uma teoria da conspiração, mas indicou que não quer mais Wilton em jogos do Atlético.
“Pensar em conspiração é um pouco além, mas esse árbitro, especificamente, tivemos o episódio do Daronco… só pedimos que tenha isenção, porque vai acumulando e trazendo esse nervosismo”, disse.