A venda de Allan para o Flamengo entrou na lista das maiores da história do Atlético-MG em termos de valores absolutos. Mas, com os números corrigidos pela inflação, o ranking tem mudanças significativas.
O ex-zagueiro Gilberto Silva, por exemplo, subiu sete posições. Vendido ao Arsenal-ING, por R$ 26,3 milhões em 2022, ele sai do oitavo lugar para segundo, com a quantia passando para R$ 94,3 milhões.
Outras duas vendas do Atlético-MG ganham destaque. Também ex-zagueiro, Caçapa foi vendido ao Lyon-FRA por R$ 17,5 milhões em 2000, enquanto o ex-lateral-esquerdo Dedê chegou ao Borussia Dortmund-ALE por R$ 8,3 milhões.
Com a correção, os valores passam para R$ 72,4 milhões e R$ 37,7 milhões, e os ex-defensores começam a integrar o terceiro e oitavo lugar, respectivamente.
Chará e Marrony deixaram o ranking para as entradas de Caçapa e Dedê. O restante da lista contém os mesmos nomes, mas com algumas mudanças de posição.
Allan, por sua vez, segue no top 10, mas cai do quinto para o sétimo lugar. O volante deixou o clube pela quantia de R$ 42,6 milhões.
Trajetórias dos “mais antigos” no Atlético-MG
Gilberto Silva disputou 114 jogos pelo Atlético entre as passagens de 2000 a 2002 e 2013, ano em que foi um reserva importante na conquista da Copa Libertadores.
Caçapa, por sua vez, é cria da base do Galo. O ex-defensor participou de 194 partidas entre 1997 e 2000 e fez parte das conquistas de dois Campeonatos Mineiros.
Já Dedê foi revelado pelo clube mineiro e disputou 92 partidas antes de ser vendido ao Dortmund. Em pouco mais de duas temporadas, ajudou o time a levantar as taças da Copa Conmebol e Copa Centenário, ambas em 1997.
As maiores vendas do Atlético-MG com valores corrigidos pela inflação
- Bernard para o Shakhtar Donetsk-UCR (R$ 77 milhões, 2013): R$ 130 milhões
- Gilberto Silva para o Arsenal-ING (R$ 26,3 milhões, 2002): R$ 94,3 milhões
- Caçapa para o Lyon-FRA (R$ 17,5 milhões, 2000): R$ 72,4 milhões
- Jemerson para o Monaco-FRA (R$ 48 milhões, 2016): R$ 68,4 milhões
- Emerson para o Barcelona-ESP (R$ 50,8 milhões, 2019): R$ 64,9 milhões
- Junior Alonso para o Krasnodar-RUS (R$ 46 milhões, 2021): R$ 50,4 milhões
- Allan para o Flamengo (R$ 42,6 milhões, 2023): R$ 42,6 milhões
- Dedê para o Borussia Dortmund-ALE (R$ 37,7 milhões, 1998): R$ 37,7 milhões
- Savinho para o Grupo City (R$ 35,6 milhões, 2022): R$ 37 milhões*
- Douglas Santos para o Hamburgo-ALE (R$ 25 milhões, 2016): R$ 35,6 milhões
A reportagem utilizou o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) de maio de 2023 para corrigir os valores de acordo com a inflação. Ele é indicador calculado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) que mede a variação dos preços de produtos e serviços consumidos pelas famílias brasileiras com renda entre 1 e 40 salários mínimos.
As maiores vendas da história do Atlético-MG em valores absolutos
- Bernard para o Shakhtar Donetsk-UCR (2013): R$ 77 milhões (€ 25 milhões)
- Emerson Royal para o Barcelona-ESP (2019): R$ 50,8 milhões (€ 12,1 milhões)
- Jemerson para o Monaco-FRA (2016): R$ 48 milhões (€ 11 milhões)
- Junior Alonso para o Krasnodar-RUS (2021): R$ 46 milhões (US$ 8,2 milhões)
- Allan para o Flamengo (2023): R$ 42,6 milhões (€ 8,2 milhões)
- Sávio para o Grupo City (2022): R$ 35,6 milhões (€ 6,5 milhões)*
- Marrony para o Midtjylland-DIN (2021): R$ 28,3 milhões (€ 4,5 milhões)
- Gilberto Silva para o Arsenal-ING (2002): R$ 26,3 milhões (US$ 8,7 milhões)
- Chará para o Portland Timbers-EUA (2020): R$ 26,1 milhões (US$ 6,5 milhões)
- Douglas Santos para o Hamburgo-ALE (2016): R$ R$ 25 milhões (€ 7 milhões)
O top 10 elaborado pelo portal No Ataque considera os valores totais das vendas. As conversões para o real foram feitas com base nas épocas das transferências.
Toninho Cerezo entra no top 10
É certo que Toninho Cerezo está no top 10 das maiores vendas da história do Atlético-MG, mas há divergência em relação ao valor da transferência do ex-meio-campista para a Roma, da Itália, em 1983. O Galo Digital, enciclopédia oficial do clube na internet, fala em 10 milhões de dólares (valores equivalentes a 6,1 bilhões de cruzeiros – R$ 154 milhões corrigidos para 2023).
A própria página, no entanto, cita que a negociação de Cerezo foi acertada pelo mesmo montante da ida de Zico, ex-Flamengo, para a também italiana Udinese. De acordo com matéria de 1983 do jornal O Globo, a transferência do então camisa 10 rubro-negro foi fechada em 2 bilhões de cruzeiros (equivalentes a 4 milhões de dólares na época, ou R$ 61,6 milhões em 2023).
A reportagem de No Ataque entrou em contato com Toninho Cerezo, que disse não se recordar dos valores exatos da negociação. Caso a venda tenha sido concretizada por 10 milhões de dólares, o ex-meia ocuparia a liderança do ranking. Em um cenário de 4 milhões de dólares, ele seria o segundo colocado da lista, atrás apenas do atacante Bernard.