“O Atlético não tem dono”. Assim, Alexandre Kalil, ex-presidente do Galo, falou indiretamente sobre o processo de transformação do clube mineiro em Sociedade Anônima do Futebol (SAF).
Em entrevista exclusiva ao No Ataque, o ex-cartola preferiu não entrar em detalhes sobre a SAF do Atlético. A proposta de R$ 915 milhões por 75% do clube-empresa alvinegro foi articulada pelo grupo conhecido como 4Rs (Rubens e Rafael Menin, Ricardo Guimarães e Renato Salvador), adversários políticos de Kalil.
“Eu não conheço (sobre a SAF)! Eu não conheço. Eu vou dar palpite? É palpiteiro, corneteiro. Eu não sei nada. Eu fui lá (na sede do Galo) quando eles quiseram achincalhar até a memória do meu pai. Por isso que eu fui lá naquele lugar. Não quero ir lá mais não! Quero ir para o campo! Eu gosto é de bola”, afirmou Kalil.
De toda forma, o ex-presidente alvinegro foi enfático ao afirmar que o clube não tem dono. “O Atlético é meu. Acabar com meu brinquedo não, uai! O Atlético não é de ninguém não. O Atlético é meu! Cada dia ele é mais meu. Quanto mais velho eu fico, o Atlético é mais meu! O Atlético não tem dono não!”, disse em tom exaltado.
Kalil adotou cautela ao comentar o assunto. O ex-mandatário do Galo levantou a possibilidade de, em uma entrevista coletiva, no futuro, tratar sobre questões políticas relacionadas ao Atlético.
“Vão fazer (a SAF)? Faz para lá, arruma o Atlético, traz vitória para nós, traz caneco. Que bobagem é essa? Que mundo é esse? Para quê isso? Agora, na hora que eu tiver que falar, aí vai ser coletiva. Aí eu vou derramar tudo. Eu não vou prejudicar o clube que eu amo. O meu brinquedo?”, indagou.
“O que é que eu fiz esse fim de semana? ‘Plantei’ e assisti a futebol de manhã, de tarde e de noite. Inclusive aquela m* do jogo do Atlético (derrota para o Corinthians). Qual programa de domingo? Grêmio e Botafogo. Então, p*, eu não quero saber de negócio (SAF) não. Eu quero assistir futebol. Eu gosto é de bola”, encerrou.
SAF do Atlético
A SAF do Atlético foi avaliada em R$ 2,1 bilhões. O projeto prevê um aporte inicial de R$ 915 milhões por parte dos investidores, com os recursos voltados majoritariamente à quitação de dívidas onerosas – as mais prejudiciais à saúde financeira do clube.
O modelo gera divergências e extensas discussões entre torcedores nas redes sociais. Um grupo de atleticanos, inclusive, criou um site e apresentou uma contraproposta para a SAF alvinegra, exigindo pilares como transparência na gestão e garantia de investimentos no futebol.
O clube-empresa será votado pelo Conselho Deliberativo do Atlético nos dias 20 e 21 de julho. A direção do clube mineiro promove, ao longo desta semana, encontros com conselheiros para esclarecer possíveis dúvidas.