CEO do Atlético, Bruno Muzzi explicou por que o Atlético deixou a Liga Forte Futebol para acertar com a Libra. Nesta quarta-feira (12/7), o dirigente participou de uma live com o conselheiro Marconi Alves e detalhou alguns motivos para a escolha do clube.
O Atlético era um dos maiores defensores da LFF. No dia 4 de abril, o Conselho Deliberativo do clube aprovou, por unanimidade, a proposta da Liga Forte Futebol (R$ 217 milhões por 20% dos direitos do Brasileiro por 50 anos).
Naquela ocasião, o vice-presidente do Galo, José Murilo Procópio, disse que os conselheiros do clube entenderam que é preciso criar uma liga que seja democrática e que combata os privilégios de times de Rio de Janeiro e São Paulo.
No entanto, nessa terça-feira, o clube anunciou a mudança de posição. De acordo com a nota divulgada, o alvinegro entende que essa mudança representará, no longo prazo, maiores benefícios financeiros e institucionais.
Esse também foi o discurso adotado por Bruno Muzzi. Segundo ele, o Atlético analisou qual seria o bloco mais valorizado e, de acordo com as contas do clube, esse grupo seria o da Libra.
“Se você pegar hoje, normalmente, se tem um valor dos direitos de distribuição da Série A na casa dos R$ 2,5 bilhões. Para que você tire os percentuais que estão sendo vendidos, cai para a casa dos R$ 2 bilhões no caso da Libra. Uma conta que foi feita é: qual a representativa desse bloco comercial com os seus clubes em relação ao grupo comercial com outros grupos? A gente tinha na casa de 70% dos valores representados na Libra”, disse.
LFF x Libra: Atlético pesou valores a longo prazo
Ainda de acordo com a explicação de Bruno Muzzi, o Atlético vai receber um valor menor no primeiro ano na Libra. Apesar disso, ao longo dos anos, o clube aposta que a receita será maior.
“O Atlético tem uma participação, historicamente, na casa dos 6% dessa distribuição. Estamos falando de R$ 125 milhões, enquanto na LFF seria na casa dos R$ 77 milhões. Isso é o critério de distribuição por 50 anos, o grande valor vem em 50 anos. O que está sendo discutido agora é a venda de uma participação desses blocos por 20% no caso da LFF e 12,5% no caso da Libra. De fato, o Atlético recebe R$ 100 milhões na Libra, versus R$ 203 milhões na LFF”, afirmou.
“Mas, se no primeiro ano, sem contar nenhuma valorização da Liga, ou dos blocos comerciais, do direito de transmissão, estamos falando de mais de R$ 50 milhões no primeiro ano de diferença. A gente não olha só o quanto de dinheiro que eu consigo colocar em determinado período, mas em curto, médio e longo prazo, e com dois ou três anos já recuperou essa diferença sem contar com nenhuma valorização da Liga”, completou o dirigente.
Nas redes sociais, Rubens Menin, um dos mecenas do Atlético, disse que o clube tentou unir os dois grupos no último mês, algo que ainda é desejado. “Este era o sonho do Atlético e trabalhamos muito nisso. Ainda existe esta possibilidade e seria o mundo ideal.”
Mudança de postura do Atlético
Nas últimas semanas, o Atlético foi pressionado pelo banco BTG a fazer a troca, conforme noticiou o colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo.
O BTG assessora o Galo na criação da SAF do clube e também auxilia a Libra. Além disso, o banco tem R$ 168 milhões a receber do clube por dívidas de empréstimo.
Com proposta que varia de R$ 1,3 bilhão a R$ 2,4 bilhões a depender do número de clubes que aderirem ao projeto, o fundo Mubadala, que negocia com a Libra, quer a cessão de 12,5% dos direitos de transmissão dos times no Campeonato Brasileiro por 50 anos.
A Libra sofreu revés nos últimos dias e perdeu três integrantes de peso: Cruzeiro, Botafogo e Vasco deixaram o grupo e fecharam acordo com a LFF.
Clubes que estão na Libra
- Atlético, Bahia, Corinthians, Flamengo, Grêmio, Guarani, Ituano, Mirassol, Novorizontino, Palmeiras, Ponte Preta, Red Bull Bragantino, Sampaio Corrêa, Santos, São Paulo, e Vitória fazem parte da Libra.
Clubes que estão na Liga Forte Futebol
- ABC, Athletico-PR, Atlético, América, Atlético-GO, Avaí, Botafogo, Brusque, Chapecoense, Coritiba, Ceará, Criciúma, CRB, Cruzeiro, CSA, Cuiabá, Figueirense, Fluminense, Fortaleza, Goiás, Internacional, Juventude, Londrina, Náutico, Operário, Sport, Tombense, Vasco e Vila Nova.