A SAF do Atlético tem sido tema de grandes debates entre torcedores nas redes sociais. Muitos atleticanos questionam a mudança de rumo do projeto, com os empresários que integram o grupo conhecido como 4 R’s passando de conselheiros e apoiadores a “donos” do Galo, como sócios majoritários do clube-empresa e principais gestores do futebol.
Nesta reportagem, o No Ataque revisita as histórias de Rubens Menin, Rafael Menin, Ricardo Guimarães e Renato Salvador com o Atlético. Como os mecenas alvinegros traçaram o caminho que pode levá-los à condição de acionistas majoritários do Galo? Quais foram as glórias e as incoerências no caminho?
A princípio, os principais investidores ligados ao Galo enfatizaram, em diversas oportunidades, que “não havia pressa” para o processo de transformação do clube mineiro em SAF. A ideia inicial também priorizava o estabelecimento de uma parceria com um investidor estrangeiro, que tivesse expertise na gestão de futebol.
O norte-americano Peter Grieve foi, por muito tempo, o principal nome nas negociações com a diretoria do Galo. No entanto, as tratativas encontraram divergências nos últimos meses, e o projeto de clube-empresa alvinegro foi radicalmente modificado.
A “nova” SAF do Atlético tem protagonismo dos 4 R’s, com suporte financeiro de outros empresários mineiros. A “Galo Holding” deteria 75% das ações, enquanto a associação conservaria 25%. O aporte inicial é de R$ 913 milhões.
Quando surgiu o órgão colegiado?
Para entender a participação dos R’s no Atlético, é importante relembrar quando os quatro nomes se juntaram e começaram a tomar as principais decisões do clube. A ideia de contar com investidores na gestão surgiu no mandato do então presidente Sérgio Sette Câmara, ao fim de 2018.
O ex-dirigente tinha, a princípio, a austeridade como um dos princípios no comando do Galo. No entanto, o clube tinha dificuldades para arcar com os salários, além de contas bloqueadas por dívidas e uma perspectiva negativa no futebol.
“Era um time que já vinha de algum tempo, com jogadores mais experientes, sem renovação. Eu estava preocupado e procurei o Rubens, falei com ele que a situação era muito delicada. Nós implementamos um sistema de SAP (que ajuda a gerenciar os dados das empresas), que nos permitiu fazer uma análise profunda. O Atlético não tinha um controle contábil minimamente decente. Com isso, vieram à tona os números reais. Foi então que eu conversei com o Rubens. Ele também se assustou com as perspectivas e me pediu um prazo de duas semanas”, disse Sérgio em conversa com o portal No Ataque.
Diante disso, Rubens pediu uma participação maior nas decisões do dia a dia e chamou, além do filho Rafael Menin, companheiros que já conhecia há anos, Ricardo Guimarães e Renato Salvador, para o grupo que viria a compor o órgão colegiado.
“Depois disso, ele me chamou e colocou que estaria disposto a ajudar o Atlético desde que, obviamente, eu abrisse o clube para que eles pudessem participar. Mas sempre deixando claro que ele nunca deixou de respeitar minha palavra como sendo a última. Em algumas situações em que havia alguma discordância a minha palavra sempre prevaleceu”, acrescentou Sette Câmara.
“Ele disse: nós vamos trazer também o Renato, Ricardo e Rafael, que teve um papel muito importante porque ficou a cargo de fazer fechamento de cargo junto com o pessoal do financeiro e fazer as análises dos aportes que seriam feitos para o investimento”, relembrou.
Em 2019, portanto, o Atlético já realizava a maioria das contratações por meio de aportes dos 4 R’s. Um marco do início desse trabalho foi a contratação do então diretor de futebol Rui Costa, em abril daquele ano.
“Antes disso não tinha contato com nenhum deles, e eles também não tinham nenhuma participação na gestão. Só mesmo a partir do final de 2018 e início de 2019 que começamos a trabalhar. Uma data de referência: o (Alexandre) Gallo saiu como diretor de futebol, e o Marques ficou temporariamente. Depois trouxemos o Rui Costa, que já veio em um consenso. Foi sugerido em uma reunião nossa”, afirmou Sette Câmara.
Os aportes se tornaram ainda maiores em 2020, quando o Galo foi eliminado pelo Afogados na segunda fase da Copa do Brasil, em fevereiro daquele ano. O clube, então, começou a investir no futebol por meio de empréstimos sem juros, segundo os mecenas, e contratou o técnico argentino Jorge Sampaoli e o diretor de futebol Alexandre Mattos.
Na sequência, vieram reforços para a base do time que se tornaria multicampeão em 2021, como Everson, Mariano, Matías Zaracho, Keno, Jefferson Savarino, entre outros.
Com a troca de gestão, oficializou-se a existência de um órgão colegiado. Além dos 4 R’s, o presidente Sérgio Coelho e o vice José Murilo Procópio compõem, até os dias atuais, esse grupo.
Os aportes financeiros foram preponderantes para os bons resultados esportivos em curto prazo, e o clube conquistou o tetra do Campeonato Mineiro (2020, 2021, 2022 e 2023), o Campeonato Brasileiro e a Copa do Brasil, em 2021, e a Supercopa do Brasil, em 2022.
No entanto, a dívida do clube teve um aumento expressivo neste período, saindo de R$ 830 milhões, em 2019, para R$ 1,5 bilhão, no fim de 2022, sem considerar os R$ 440 milhões de antecipações para concluir as obras na Arena MRV. No momento, a dívida está na casa de R$ 1,8 bilhão.
A trajetória dos 4 R’s no Atlético
Quando se tornaram conselheiros?
- Ricardo Annes Guimarães: 25/09/2001 (durante a presidência)
- Renato Moraes Salvador Silva: 25/09/2001
- Rafael Nazareth Menin Teixeira de Souza: 28/09/2004
- Rubens Menin Teixeira de Souza: 17/09/2007
Via assessoria do Conselho Deliberativo do Atlético
Rubens Menin
Rubens Menin já cravava seu nome na história do Atlético antes mesmo de se tornar membro do órgão colegiado. Durante a gestão de Alexandre Kalil, o empresário fez empréstimos ao Galo e chegou a ter o nome citado pelo ex-presidente, em tom de agradecimento, após a conquista da Copa Libertadores de 2013. Ele também doou o terreno para a construção da Arena MRV em 2017. A área estava avaliada em R$ 50 milhões.
Na sequência, Menin comprou o naming rights do estádio por R$ 60 milhões por meio da MRV, em contrato de 10 anos. Ao fim desse período, a empresa tem a opção de extensão por mais cinco anos por R$ 30 milhões.
A MRV, inclusive, foi fundada por Rubens, assim como o Banco Inter e a CNN no Brasil. O empresário ainda detém 100% da Rádio Itatiaia e da Log Commercial Properties. Menin é dono do Conedi Family Office, que gerencia todos os seus empreendimentos.
A história do empresário no Atlético, no entanto, começa ainda antes. Durante a gestão de Ricardo Guimarães (2001 a 2006), o investidor integrou a Associação dos Amigos do Galo, entidade cujo objetivo era reunir pessoas influentes para a instituição. Esse era o movimento embrionário para a formação da parceria entre os empresários.
Em meio à fortuna e às conquistas do Galo, Rubens foi o primeiro “R” a cair nas graças da torcida, que chegou a apelidá-lo de “Vovô Menin”. Paralelamente a esse momento, o mandato de Sette Câmara acabava, e o mecenas já apoiava a chapa única de Sérgio Coelho.
“Grande notícia para massa atleticana: chapa única para presidência Atlético para o triênio 21/23: Sérgio Coelho e José Murilo. Atlético pacificado, receita certa para um futuro melhor”, disse o empresário após a eleição da dupla.
O empresário foi o que mais teve participações e entrevistas públicas desde então. No discurso, sempre destacou a vontade de ajudar o Atlético, mas descartava participação na presidência do clube.
“Vontade todo mundo tem, quem não quer ser presidente do Atlético? A gente tem que ter humildade para saber que não tem competência para isso. Tem muita gente boa lá. Eu prefiro ficar aqui, ajudando quando possível. Sou conselheiro e tenho prazer enorme em participar, mas não está nos meus planos. Tem gente que conhece muito mais de futebol que eu, então creio que ajudando já faço bastante”, destacou à Rádio Itatiaia.
Em outra oportunidade, à Revista Encontro, foi enfático: “Comprar o Atlético para quê? Deixa o Atlético quieto lá”. Rubens, inclusive, deu um prazo para que o projeto dos 4 R’s acabasse: 2026.
“Começamos a chamar consultores e estamos no meio do caminho do projeto, que vai acabar em 2026. Queríamos implantar uma nova gestão no Atlético que, graças a Deus, já deu algum fruto. Não é fácil, é trabalho difícil, mas eu acho que os atleticanos abnegados que estão dando horas e horas de trabalho ao Atlético vão fazer a alegria de muita gente se esse projeto de 2026 ficar concluído e der certo”, afirmou Rubens Menin ao site Inteligência Financeira.
Tal como os outros integrantes do órgão colegiado, Rubens é Conselheiro Grande-Benemérito, que reúne “pessoas que tenham, comprovadamente, engrandecido o nome do Clube”, além de ex-presidentes e ex-vices do Galo e do próprio conselho.
Rafael Menin
Rafael também divide o tempo entre o Atlético e outras empresas. Ele tem atuação diária mais incisiva na MRV, na qual é copresidente. Além disso, é membro do Conselho de Administração da Urbamais.
No Galo, foi vice-presidente do Conselho Deliberativo antes de Ricardo Guimarães e Renato Salvador tomarem posse, em outubro de 2022. Nos últimos meses, foi um dos principais responsáveis pelas negociações da SAF alvinegra, ao lado de Bruno Muzzi, CEO do clube. Também teve papel decisivo nos primeiros passos para o projeto da Arena MRV, novo estádio do Atlético.
Assim como Rubens, Rafael já descartou assumir a presidência do Galo devido à falta de tempo. “Eu vejo o Sérgio Coelho, presidente do clube. Ele gasta 100% do tempo dele com o Galo. Ele acorda de manhã pensando no Galo, almoça pensando no Galo, dorme pensando no Galo. Eu não tenho essa disponibilidade de agenda”, argumentou ao Canal do Nicola.
Apesar disso, a participação na SAF começou a ser cogitada em 2023, a partir das dificuldades nas negociações com investidores estrangeiros.
“Se o Conselho (Deliberativo) e o investidor entenderem que a nossa participação na SAF é fundamental, a gente fica. Se não, a gente não fica. Não é o tipo de investimento que a gente gostaria de fazer, investir em futebol. Mas, se for uma demanda para viabilizar a SAF, a gente topa ficar”, disse o empresário ao canal Bica Galo.
Os aportes de Rafael se misturam com os do pai, e até por isso a dívida do Atlético é considerada com a família. De acordo com o que foi divulgado pelo próprio clube, eles investiram cerca de R$ 270 milhões para contratações realizadas entre o início de 2020 e fevereiro de 2021.
O valor total chega a R$ 900 milhões, segundo Bruno Muzzi e Paulo Braz (diretor financeiro), considerando os avais a empréstimos e o dinheiro diretamente injetado no futebol do clube mineiro.
No entanto, esse não é o único aspecto financeiro que relaciona a família com o Galo. Os empresários são avalistas de outros empréstimos alvinegros com instituições financeiras.
Ricardo Guimarães
Ricardo Guimarães presidiu o Atlético de 2001 a 2006. O empresário era o gestor no único rebaixamento do clube mineiro à Série B do Campeonato Brasileiro na história, em 2005. De toda forma, contribuiu com suporte financeiro à instituição em diferentes momentos e, em 2006, doou terreno para ampliação da Cidade do Galo.
Durante a gestão, como pessoa física, emprestou milhões de reais ao clube mineiro. Fez acordos com o Atlético para o pagamento da dívida de forma parcelada, mas, em diversas oportunidades, dirigentes não cumpriram com as obrigações.
A ligação com a instituição é ainda mais antiga. No fim dos anos 90, Ricardo Guimarães auxiliou a gestão de Nélio Brant no Atlético.
O mandato de Guimarães é lembrado com remorso por parte dos atleticanos. O descenso à Segunda Divisão é tido por muitos como o maior vexame da história do clube, que também consideram o ex-presidente como um dos responsáveis pelo acontecimento.
“Sempre quis dar o melhor para o Galo, mas quando fui presidente não era possível implementar tudo o que eu gostaria. Acredito que, mesmo assim, deixamos algum legado, que foi a modernização da Cidade do Galo e o início do saneamento das dívidas do clube. Hoje, quando olho para trás, fico muito satisfeito de ter dado a minha contribuição, mesmo em um momento conturbado”, afirmou Guimarães em entrevista à Revista Encontro, em fevereiro de 2022.
Nos dias atuais, Ricardo Guimarães é presidente do Conselho Deliberativo do Atlético e do Conselho de Administração do Banco Bmg. Ainda em entrevista à Encontro, o empresário garantiu que os 4 R’s não tinham interesse em ser sócios majoritários da SAF do Galo.
“Não. Não é para isso que estamos construindo esse novo Atlético. Estamos fazendo do Atlético uma empresa, que tem de ser administrada como um negócio autossustentável. Naturalmente, a tendência é que o Galo vire uma SAF, sim. E não é de interesse de ninguém desse grupo ser o principal administrador dessa SAF. Queremos preparar o Atlético para que, ao virar uma SAF, por exemplo, tenha um valor muito significativo. De bilhões de reais. Então, acredito que apenas um investidor estrangeiro possa manifestar interesse. Mas não há nada em vista, até porque não temos essa necessidade urgente”, avaliou à época.
De acordo com o balanço financeiro divulgado pelo Atlético em 2023, a dívida da instituição com o Bmg era de R$ 89,1 milhões ao fim de 2022. De toda forma, não há como precisar o valor exato da dívida da associação com o empresário neste momento.
Em 2021, houve negociações entre as partes e as pendências alvinegras com Guimarães foram reduzidas: de R$ 155 milhões para R$ 85 milhões. As tratativas também se direcionaram para que o Galo expusesse o Bmg como patrocínio máster por 6,5 anos – o que não se concretizou.
Conforme nota do Atlético à época da formalização do acordo, “se fosse considerada a atualização dos valores originalmente emprestados, a dívida atual com a família chegaria a R$ 247 milhões”.
A título de curiosidade, vale destacar que Ricardo Guimarães e Rubens Menin se conheceram em 1994, por causa do tênis, conforme revelou reportagem da Revista Encontro em 2017. Ali, começava uma amizade que também tinha o Galo como interesse em comum.
Renato Salvador
Renato Salvador é membro do Conselho de Administração da rede Mater Dei, de hospitais, e da VASF/Cositrans, do setor de energia. O envolvimento mais profundo com o Atlético começou em 2019, quando Rubens Menin o acionou para auxiliar na profissionalização da gestão do clube.
Salvador foi peça ativa nas negociações alvinegras com o técnico argentino Jorge Sampaoli, em março de 2020. Viralizou na internet uma foto da dupla na casa do empresário, em Belo Horizonte.
Ainda naquela temporada, Renato passou a participar ativamente das decisões relacionadas ao futebol. O investidor tinha papel decisivo nas contratações de atletas, com a parceria do diretor de futebol Alexandre Mattos.
O empresário é a figura mais discreta entre o quarteto de investidores que integra o órgão colegiado do Atlético. Salvador evita entrevistas exclusivas e conversou com a imprensa em breves oportunidades ao longo dos últimos anos. No entanto, segue sendo voz ativa especialmente no que tange ao futebol alvinegro.
SAF: frustração com investidores estrangeiros e mudança para ‘solução caseira’
As conversas sobre a SAF do Atlético com Peter Grieve não chegaram a um consenso. O empresário norte-americano não conseguiu apresentar garantias de pagamento e se distanciou do clube-empresa do Galo.
Aos poucos, o tamanho da dívida alvinegra (R$ 1,8 bilhão, a maior do Brasil) passou a afastar possíveis investidores. A responsabilidade do futuro clube-empresa pela quitação integral das pendências financeiras foi motivo de entraves em conversas com interessados.
Diante disso, os 4 R’s e o CEO Bruno Muzzi passaram a costurar a nova configuração. A ideia “caseira”, como se refere o dirigente, surgiu a partir do momento em que as negociações começaram a se afunilar.
“Mas chegou um momento que, buscar investidores de fora, em que você tem um clube com esse tamanho de dívida, dificuldade de captação internacional, você precisava de ter uma transação de compra e venda já assinada para que eles pudessem fazer a captação do recurso”, iniciou Muzzi, à GaloTV.
“E isso eu não poderia fazer, trazer um para o Conselho do Atlético e apresentar uma SAF dizendo: ‘Aqui está a transação, vocês aprovam. Se o investidor trouxer o recurso, tudo bem. Se não trouxer, temos que começar tudo de novo’. E isso aconteceu muito recentemente. Já estávamos com muita coisa avançada, e aí já não tinha mais solução neste momento. Então, essa solução caseira veio à tona”, completou.
A reportagem de No Ataque procurou os 4 R’s por meio da assessoria do Conselho Deliberativo do Atlético. Os apoiadores não quiseram falar sobre o tema e adotaram as declarações de Bruno Muzzi como posicionamento oficial em relação à mudança de rumo na SAF do Atlético.
Na visão do CEO, não há conflito de interesses no projeto de clube-empresa do Atlético. A crítica é feita por muitos torcedores, que contestam o fato de os investidores comandarem as negociações da SAF alvinegra e, do outro lado da moeda, serem os compradores.
“Para mim, definitivamente, não há. Porque você já tem investidores que estão no clube desde sempre, com uma solução em que entendem os números e estão colocando de fato. Deixando de receber dinheiro, que era uma responsabilidade da associação pagá-los, colocando ainda mais dinheiro, assumindo uma dívida e apostando no crescimento”, disse Bruno Muzzi em entrevista coletiva.
“Onde se acha uma coisa dessas? Em que outra situação teríamos investidores capazes de fazer o que estão fazendo pelo clube? Essa é a minha visão”, encerrou o CEO.
Novo modelo da SAF
O novo modelo da SAF do Atlético avalia o clube-empresa alvinegro em R$ 2,1 bilhões, envolvendo a avaliação da Arena MRV e da Cidade do Galo, além do patrimônio do futebol. Como a dívida ronda a casa de R$ 1,8 bilhão, a conta é de que a associação entra com aproximadamente R$ 300 milhões na nova proposta.
Diante disso, os cerca de R$ 300 milhões correspondem a 25% da SAF atleticana. Os R$ 913 milhões aportados pelos investidores, portanto, representam 75%. Nesse valor, está incluído o perdão da dívida com a família Menin, avaliada em aproximadamente R$ 300 milhões.
Na prática, portanto, o aporte inicial para o caixa do Atlético seria de R$ 600 milhões. Recursos que serão utilizados principalmente para a quitação de dívidas onerosas, as mais prejudiciais à saúde financeira do clube.
A Galo Holding teria controle majoritário dos 4 R’s, que devem ser detentores de 78% dos 100% da sociedade gestora. A nova composição, portanto, vai na contramão dos discursos de parte dos investidores nos últimos anos.
O Banco BTG também terá participação importante na SAF do Atlético. A empresa de investimentos pretende integrar o clube-empresa alvinegro a partir de um aporte financeiro.
Outros empresários mineiros devem se associar ao projeto. A ideia é que outros dois grupos aportem cerca de R$ 100 milhões cada (um deles já definido, mas não divulgado), complementando parte dos R$ 913 milhões.
“A gente não pode vender a alma. Quanto vale a alma? Não tem preço. Não tem sentido fazer isso e deixar o Atlético na mão. O objetivo sempre foi o Atlético. Preservar a alma atleticana é o princípio de tudo. O Atlético é nosso, os atleticanos vão ter o controle do negócio”, disse Menin à GaloTV, após reunião na qual apresentou o novo modelo aos conselheiros do Galo.
Agora, o clube se prepara para uma das votações mais importantes de sua história. Os conselheiros vão decidir, entre 20 e 21 de julho, se a transformação em SAF e, consequentemente, se a venda das ações será aprovada ou não. Depois disso, caso o projeto seja validado, haverá a assinatura dos documentos definitivos e a conclusão da transação.