Com a aprovação do Conselho Deliberativo nesta quinta-feira (20/7), o Atlético se tornou, oficialmente, uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF). Além disso, o clube vendeu 75% das ações por R$ 913 milhões à Galo Holding, controlada pelos 4 R’s: Rafael Menin, Renato Salvador, Ricardo Guimarães e Rubens Menin. Mas quais são os próximos passos?
A partir de agora, o processo entra na parte jurídica. De acordo com Bruno Muzzi, CEO do Atlético e principal responsável pelas negociações, os documentos precisam ser confeccionados para aprovação do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).
“Vamos para o processo de fechamento, e aí tem uma pancada de documentos. Precisaremos passar pelo Cade, tem esse processo. Entra na parte estritamente jurídica, de confecção de documentos, um trabalho muito intenso de advogados para deixar a transação super bem lastreada e estruturada para ter as assinaturas finais e depois os aportes”, explicou, em entrevista recente à Web Rádio Galo.
O Cade é uma autarquia (entidade de direito público) federal, vinculada ao Ministério da Justiça. Tem como missão zelar pela livre concorrência no mercado, sendo responsável por investigar a matéria concorrencial, além de fomentar e disseminar a cultura da livre concorrência.
No caso do Atlético, o órgão atuará de forma preventiva, definida da seguinte forma no site oficial: “analisar e posteriormente decidir sobre as fusões, aquisições de controle, incorporações e outros atos de concentração econômica entre grandes empresas que possam colocar em risco a livre concorrência.”
Segundo documento apresentado aos conselheiros, a confecção dos documentos deve ser realizada durante todo o mês de agosto.
Aporte inicial na SAF do Atlético
O aporte financeiro inicial está previsto para ocorrer entre final de setembro e começo de outubro. Apesar de a compra estar avaliada em R$ 913 milhões, R$ 600 milhões entrarão no caixa do Atlético. Isso porque os outros R$ 313 milhões serão abatidos em dívidas com os mecenas do Atlético. Dentro
A Galo Holding será composta pelos 4 R’s, que vão entrar com R$ 400 milhões, e outros dois fundos – sendo um deles composto apenas por empresários atleticanos – que vão aportar, cada um, R$ 100 milhões.
A ideia é utilizar o aporte para sanar as dívidas onerosas, que geram maiores juros e, consequentemente, maior prejuízo financeiro. No entanto, isso não ocorrerá de forma imediata.
Em entrevista coletiva, Bruno Muzzi explicou que irá negociar as dívidas com os bancos para obter descontos. Ainda de acordo com o CEO, esse dinheiro também será utilizado para manter o fluxo de caixa operacional do clube.
“Os R$ 600 milhões são dinheiro que eu recebo à vista. Com o dinheiro na mão, eu vou negociar com todos os credores, porque de fato eu consigo negociar. A gente tem planejamento de pagar 30%, 40% para os bancos que são (juros) mais pesados. Vamos negociar banco a banco, vamos chamar agências e clubes para negociar também”, disse.
“Eu não estou pegando R$ 600 milhões e estou abatendo de dívida imediatamente. Tenho que manter a operação, tem que manter a folha, tenho que equilibrar. Os três primeiros anos serão para manter equilíbrio, com bom investimento no futebol, pagando a dívida de forma saudável e apostando no crescimento de receita (com a inauguração da Arena MRV)”, completou.