Presidente do Atlético, Sérgio Coelho defendeu os investidores conhecidos como 4R’s de críticas de parte da torcida. “Estão sendo criticados e humilhados por pessoas irresponsáveis”, disparou. O dirigente comemorou a aprovação da Sociedade Anônima de Futebol (SAF) alvinegra, na noite desta quinta-feira (20/7), na sede do Galo.
O Atlético se transformará em uma SAF, controlada pela Galo Holding, que terá 75% das ações. O clube-empresa alvinegro terá Rubens Menin, Rafael Menin, Ricardo Guimarães e Renato Salvador como acionistas majoritários. Nesta quinta-feira, o Conselho Deliberativo da associação aprovou a transação.
“Nós sofremos, nos últimos dias, com críticas infundadas, irresponsáveis, que tentaram transformar a nossa união em desunião. A nossa que eu me refiro é diretoria, Conselho e torcida. É lamentável que isso aconteça, porque as pessoas que estão hoje no Atlético são pessoas que estão aqui única e exclusivamente para administrar o Atlético como atleticano e para o bem do Atlético. Nós não queremos absolutamente nada a não ser isso”, afirmou Sérgio Coelho.
“Agradecer aos 4Rs, que estão sendo criticados e humilhados por pessoas irresponsáveis. Eles não desistiram. Continuaram trabalhando e lutando para o bem do Atlético. Tenham certeza. Conheço muito eles de muitos anos, são meus amigos. Cobrem de mim se algum dia eles fizerem qualquer coisa que for de interesse deles e não do Atlético. Cobrem de mim. Eu assino por eles”, prosseguiu.
“E espero que daqui para frente essas pessoas que querem atrapalhar a vida do Atlético, que querem tumultuar, que parem, por favor. Vamos trabalhar juntos para tornar o Atlético um clube cada vez melhor, cada vez maior e mais unido. O Conselho sim, é unido. A nova gestão é unida. Nós sofremos juntos e abraçados”, encerrou o desabafo.
Comemoração pela aprovação da SAF
O mandatário também comemorou a aprovação da SAF do Atlético. Sérgio Coelho definiu o clube-empresa alvinegro como o “melhor do futebol brasileiro até agora”.
“Me sentindo aliviado. Um dia muito importante para o Atlético. Nós temos um dos melhores Conselhos Deliberativos do futebol brasileiro. Muito qualificado, comprometido, atuante. Essa votação demonstra que o nosso processo foi feito corretamente, com muita honestidade e transparência. A prova é que 97% dos conselheiros que votaram até agora foram favoráveis”, disse.
“O Atlético fez a melhor SAF do futebol brasileiro até agora. São R$ 913 milhões sendo aportados à vista. Os nossos 25% da SAF não serão diluídos se tiver outro aporte. Além disso, negociamos a SAF para investidores atleticanos. Portanto, o Atlético continua sendo nosso”, acrescentou.
Em seguida, Sérgio Coelho voltou a defender os investidores e foi enfático ao abordar as finanças do Atlético. O dirigente apontou méritos da gestão do órgão colegiado e mencionou a preservação de patrimônio por parte da associação.
“Estamos transferindo todas as dívidas da associação para a SAF. (…) Isso só foi possível porque os investidores são atleticanos. São pessoas que querem o bem do Atlético. Pessoas que vieram para salvar o Atlético, sem ter qualquer intenção de um benefício próprio. Até mesmo porque não precisam”, exclamou.
“Nós somos gestores que não usamos absolutamente nada do clube. Exemplo que eu dou: se os meus filhos viajam para assistir a um jogo, eles pagam todas as despesas. No passado era diferente. Poderia falar de outras coisas mais, mas prefiro resumir. Fizemos a SAF por uma necessidade. A nossa gestão assumiu o Atlético com R$ 1,3 bilhão de dívidas. Nós conseguimos dobrar o faturamento do clube. Em 2019, o maior faturamento até então tinha sido R$ 293 milhões. 2020 pandemia, não considero, porque foi muito baixo. Do maior faturamento até então, nós aumentamos em 50%”, continuou.
“Continuamos gastando quase a mesma coisa que antes, e mesmo assim a gente não conseguia resolver os problemas das dívidas. Por isso, o motivo de fazer a SAF. Uma SAF transparente, correta. Hoje, temos o prazer de dizer que: a associação Clube Atlético Mineiro não tem um real de dívida. Continuamos com essa sede. Continuamos com o Labareda, com a Vila (Olímpica), com o casarão da Pampulha e com 25% das ações da SAF. Vejam como foram feitas as outras SAFs, inclusive com o outro clube desse estado. Vejam que diferença é”, encerrou.
A SAF do Atlético
Agora, o clube se prepara para estruturar a documentação e concluir a venda de forma oficial. A negociação da SAF atleticana prevê aporte de R$ 913 milhões por parte da Galo Holding, sendo R$ 313 milhões o montante que representa o perdão da dívida alvinegra com a família Menin.
Diante disso, R$ 600 milhões serão injetados nos cofres do Atlético. No cronograma da SAF, esse aporte está previsto para ocorrer entre setembro e outubro. A quantia será majoritariamente destinada ao pagamento de dívidas onerosas, as mais prejudiciais à saúde financeira do clube. Parte do investimento será direcionado ao futebol.
Esses R$ 600 milhões virão de três veículos distintos: R$ 400 milhões aportados diretamente pelos 4 Rs; R$ 100 milhões por um fundo de investimento já definido (mas não divulgado) e R$ 100 milhões pelo Fundo de Investimento do Galo (Figa).
É no Figa que há a possibilidade de torcedores do Atlético participarem da SAF alvinegra. A iniciativa exige aporte mínimo de R$ 1 milhão, que pode ser realizado por composição financeira. Empresários mineiros e atleticanos, como Marcelo Patrus, do ramo de transportes, marcarão presença nesse terceiro veículo.
