SAF DO ATLÉTICO

SAF do Galo: Salvador cita pontos de desacordo com investidores estrangeiros

Empresário relembrou negociações com possíveis investidores internacionais: "Queriam comprar muito barato e mandar no Atlético"

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Um dos acionistas majoritários do grupo Galo Holding, que controlará a Sociedade Anônima de Futebol (SAF) do Atlético, o empresário Renato Salvador citou dois pontos de desacordo com investidores estrangeiros nas negociações do clube-empresa. O projeto de SAF foi aprovado pelo Conselho Deliberativo da instituição nesta quinta-feira (20/7).

Em discurso na sede do Atlético, após a aprovação da transformação em clube-empresa e consequente venda de 75% das ações dessa SAF à Galo Holding, Renato Salvador relembrou as tratativas com grupos internacionais.

“Foram contactados mais de 200 possíveis investidores. Dos 200, cerca de 50 pediram mais informações. Foram dadas. Nós viajamos, fomos conhecer o (Manchester) City, nos reunimos com a cúpula do City, e a coisa se esbarrava sempre em dois pontos: valor e gestão”, afirmou.

“Os possíveis investidores queriam comprar muito barato e queriam mandar no Atlético. Por isso, foi caminhando para essa solução, que, como foi dito, é a SAF de maior valor que já foi feita no futebol brasileiro e por atleticanos que têm responsabilidade com o Atlético, que moram em Belo Horizonte e vão dar a cara a todo momento”, acrescentou Renato.

O dono da rede de hospitais Mater Dei também comemorou a aprovação do projeto de SAF pelo Conselho do Atlético. “Junto com essa alegria tem uma responsabilidade imensa também”, frisou.

A SAF do Atlético

O Atlético se transformará em uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF), controlada pela Galo Holding, que terá 75% das ações. O clube-empresa alvinegro terá Rubens Menin, Rafael Menin, Ricardo Guimarães e Renato Salvador como acionistas majoritários.

Por volta das 18h23 desta quinta-feira, o projeto da SAF chegou aos 273 votos “sim” necessários para aprovação no pleito dos conselheiros. Até a atualização desta reportagem, foram apenas quatro “nãos” e duas abstenções para todas as quatro pautas envolvidas.

Agora, o clube se prepara para estruturar a documentação e concluir a venda de forma oficial. A negociação da SAF atleticana prevê aporte de R$ 913 milhões por parte da Galo Holding, sendo R$ 313 milhões o montante que representa o perdão da dívida alvinegra com a família Menin.

Diante disso, R$ 600 milhões serão injetados nos cofres do Atlético. No cronograma da SAF, esse aporte está previsto para ocorrer entre setembro e outubro. A quantia será majoritariamente destinada ao pagamento de dívidas onerosas, as mais prejudiciais à saúde financeira do clube. Parte do investimento será direcionado ao futebol.

Esses R$ 600 milhões virão de três veículos distintos: R$ 400 milhões aportados diretamente pelos 4 Rs (78% da Galo Holding); R$ 100 milhões (11%) por um fundo de investimento já definido (mas não divulgado) e R$ 100 milhões (11%) pelo Fundo de Investimento do Galo (Figa).

É no Figa que há a possibilidade de torcedores do Atlético participarem da SAF alvinegra. A iniciativa exige aporte mínimo de R$ 1 milhão, que pode ser realizado por composição financeira. Empresários mineiros e atleticanos, como Marcelo Patrus, do ramo de transportes, marcarão presença nesse terceiro veículo.

A SAF do Atlético assume a responsabilidade pela dívida do clube, que hoje ronda a casa de R$ 1,8 bilhão. A Galo Holding não detalhou a forma de pagamento do restante dos débitos após a quitação das dívidas onerosas.

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