SAF DO ATLÉTICO

BTG terá percentual da SAF do Atlético? Entenda a operação

CEO do Galo, Bruno Muzzi explicou participação da instituição financeira na estruturação do clube-empresa alvinegro

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O banco BTG Pactual terá papel decisivo na Sociedade Anônima de Futebol (SAF) do Atlético. A seguir, entenda a operação que envolverá a instituição financeira no clube-empresa do Galo.

Ao lado da Ernst & Young, empresa especializada em auditoria e consultoria, o BTG liderava a busca do Atlético por um investidor estrangeiro para a SAF. Por muito tempo, as conversas tiveram o americano Peter Grieve como foco, mas a rota mudou e se encaminhou para uma “solução caseira”.

O acordo de acionistas da Galo Holding, grupo que terá 75% das ações do clube-empresa alvinegro, prevê a emissão de debêntures, uma modalidade específica de investimento, para viabilizar parte do aporte dos 4 R’s (Rubens e Rafael Menin, Ricardo Guimarães e Renato Salvador). Rubens é figura-chave na operação.

“É uma debênture conversível. Isso está previsto. No veículo dos R’s, eles estão aportando R$ 400 milhões. E ele (Menin) está pegando, fazendo operação com o BTG de R$ 300 milhões, via uma debênture, que aí é o Rubens garantindo junto com o BTG para colocar aqui dentro. Mais uma vez o Rubens colocando ali…”, afirmou Bruno Muzzi, CEO do Atlético, em entrevista ao ge.globo.

“É praticamente um empréstimo. Ele (BTG) empresta R$ 300 milhões para o Rubens Menin na modalidade de debênture”.

Bruno Muzzi

O que é uma debênture conversível?

Debêntures são títulos de crédito emitidos por empresas e negociados no mercado. Quem compra a dívida empresta dinheiro para que uma companhia faça os mais variados tipos de investimentos.

As debêntures conversíveis mesclam características da renda fixa e da renda variável. Isso porque esses títulos podem ser trocados por ações da empresa que os emite.

Na prática, é como se a companhia pudesse fazer esse pagamento por meio de participação acionária, em vez de devolver o dinheiro acrescido de juros a investidores.

De toda forma, ao ser questionado pelo ge.globo sobre a possibilidade de que a Galo Holding ofereça como garantia de pagamento desse “empréstimo” uma parte das ações da própria SAF do Atlético, Bruno Muzzi deu resposta evasiva.

“Não. É o Rubens avalizando o BTG e a participação da empresa dele (o veículo dele na Galo Holding) para o BTG. Isso vai ser feito”.

Bruno Muzzi

Se Rubens Menin avalizar o BTG por conta própria, o empresário assumirá a dívida com a instituição financeira em caso de não pagamento pela SAF. Se a garantia for a partir de uma participação do empresário na Galo Holding, o pagamento ao banco pode ser feito por meio do repasse de ações do clube-empresa do Atlético.

Assim, caso a operação de fato se concretize no modelo de debênture conversível, é possível que o BTG tenha, no futuro, participação na SAF alvinegra. De toda forma, a questão ainda precisa ser melhor esclarecida por dirigentes do Galo.

A estrutura da Galo Holding

A Galo Holding comprará 75% das ações da SAF do Atlético por R$ 913 milhões. Do montante, R$ 313 milhões abatem dívidas do Galo com as famílias Menin e Guimarães. Assim, o valor que de fato entrará aos cofres do clube mineiro é R$ 600 milhões.

Esses R$ 600 milhões virão de três veículos diferentes. Os 4 R’s aportarão R$ 400 milhões (78% da Galo Holding), e outros dois fundos de investimentos injetarão R$ 100 milhões cada (22%, no total).

Um deles é o FIGA (Fundo de Investimento do Galo), que será gerido pelo BTG e abre caminho para que torcedores do Atlético participem do clube-empresa. O aporte mínimo é de R$ 1 milhão, e a entrada pode ser feita por meio de composição financeira envolvendo um grupo de pessoas, por exemplo.

O outro fundo de investimentos possivelmente será advindo do Banco Master, presidido pelo empresário mineiro Daniel Vorcaro.

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