O oposto Wallace, do Cruzeiro, criticou a suspensão imposta pelo Conselho de Ética do Comitê Olímpico do Brasil (CECOB). O atleta de 35 anos, multicampeão pelo clube celeste e medalhista de ouro olímpico com a Seleção Brasileira em 2016, recebeu gancho de cinco anos por postagem no Instagram sobre tiros no presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Wallace considerou a suspensão ‘desproporcional’ e, caso a pena não seja revertida, cogitou aposentadoria do vôlei.
“Me surpreendeu bastante. Cinco anos é muita coisa. Hoje tenho 35 anos, vou fazer 36 neste ano. Se realmente se concretizar isso daí, teoricamente acabou para mim, mas espero que isso mude, que isso se reverta de alguma forma. Que seja uma punição razoável. Saiba que você está abrindo um precedente. Eu tomei 17 jogos. Hoje a punição máxima no vôlei acho que são 12. Agora os caros aumentaram para cinco anos. A punição máxima para doping são dois anos, três, quatro, não sei. Tô tomando mais”, alegou Wallace, em entrevista ao Esporte Espetacular, da Rede Globo.
“É bem desproporcional, por uma postagem de meme. Eu me arrependi profundamente de ter feito isso. Se soubesse, obviamente não teria feito, estaria jogando. Cara, eu errei, como qualquer um erra, mas a proporção que se tomou por ser eu, ter de pagar nessa moeda e pronto”, complementou.
Wallace, no entanto, pretende recorrer à Corte Arbitral do Esporte (CAS) para voltar a jogar, ao menos, fora do Brasil.
“Não vou parar de jogar. Acredito que ainda tenha possibilidade de jogar fora do Brasil, então não vou parar”, declarou.
Caso Wallace
Com uma liminar obtida no Supremo Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), o oposto conseguiu voltar à quadra na final da Superliga, entre Cruzeiro e Minas. A Raposa levou a melhor sobre o rival na disputa do título. Wallace começou no banco, foi acionado em algumas ocasiões e marcou o 25º ponto da vitória celeste no terceiro set.
A punição, que era de 90 dias, foi ampliada para cinco anos. A Confederação Brasileira de Voleibol (CBV), foi punida com a suspensão dos repasses. No entendimento do Conselho de Ética, a decisão do COB era soberana, não cabendo uma liminar, portanto, a escalação na decisão seria irregular.
A decisão esclarecia que Wallace deve ficar afastado de “todo e qualquer evento referente ao voleibol e que seja caracterizado como evento de Federação, ou Confederação ou Comitê Olímpico”.
Wallace não entrava em quadra há quase três meses por conta de uma polêmica que se envolveu. No fim de janeiro, o atleta, que é apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro, postou no Instagram sua presença em um clube de tiro. O atleta abriu uma “caixa de perguntas” aos seguidores e um deles perguntou se ele daria um tiro no rosto do atual presidente. Como resposta, ele promoveu uma enquete, perguntando se seus seguidores tomariam essa atitude.
