Classificado para os Jogos Olímpicos de Paris, em 2024, o brasileiro João Chianca, o “Chumbinho”, quarto lugar no ranking da Liga Mundial de Surfe, sofreu um grave acidente enquanto surfava em Pipeline, no Havaí, no último domingo (3/12).
Responsável por prestar os primeiros socorros ao atleta, o hexacampeão mundial de bodyboard Guilherme Tâmega, que também atua há anos como salva-vidas no local, contou que o compatriota ficou aproximadamente três minutos submerso.
“A sorte foi que o strap [cordinha amarrada na prancha] aguentou e o segurou. Ele estava grudado na prancha. O pior dos casos é quando o strap arrebenta. A prancha é um sinal de que ele estava ali embaixo. É muito desesperador, ainda mais quando é uma pessoa querida como ele”, contou Tâmega, em entrevista ao “Jornal da Globo”.
Guilherme Tâmega ainda deu mais detalhes do resgate de “Chumbinho”. “Ele tinha pulsação, respiração. O procedimento neste caso é colocar o corpo de lado e deixar a espuma e a água salgada saírem do corpo. A gente ficou esperando de cinco a dez minutos, enquanto a água e a espuma saíam do corpo dele”, completou.
Risco de “segundo afogamento”
Durante a entrevista, Guilherme Tâmega explicou o risco que João Chianca correu mesmo após o resgate. “Ele ficou 24 horas em observação. O problema é que, quando a água salgada entra no organismo, a pessoa pode ter um segundo ‘afogamento’. Ela pode estar dormindo naquela noite e se afogar, até morrer. Ele ficou em observação no hospital por causa disso, limpando aquela água, mas ele está bem”, garantiu.