Com um sorriso imparável, Carol Santiago sabia que acabara de fazer história na Arena La Défense neste sábado (31/8). A pernambucana de 29 anos conquistou a medalha de ouro nos 100m costas S12 (deficiência visual) da natação nos Jogos Paralímpicos de Paris 2024.
É o quarto título paralímpico da recifense na carreira. Antes, ela já havia subido ao lugar mais alto do pódio nos 50m livre, 100m livre e 100m peito em Tóquio 2020. No Japão, ela também faturou a prata no revezamento 4x100m livre misto 49 pontos e o bronze nos 100m costas.
Com quatro medalhas de ouro, ela se torna a maior campeã paralímpica brasileira entre as mulheres. Ela iguala o recorde de Ádria Rocha Santos, do atletismo.
Ádria, aliás, é a mulher brasileira com mais pódios paralímpicos. Foram 13 no atletismo, com quatro ouros, oito pratas e um bronze.
Estratégia curiosa
Carol Santiago fechou a prova em 1m08s23, novo recorde das Américas. A prata ficou com a ucraniana Anna Stetsenko (1m09s43), enquanto o bronze foi da espanhola Maria Delgado Nadal (1m11s33).
Quase toda a torcida na arena, contudo, era da anfitriã, a francesa Leane Morceau, que por pouco não faturou uma medalha. Ela terminou em quarto lugar, em 1m12s85.
Curiosamente, Carol contou que a torcida pela francesa a ajudou. Aos risos, a brasileira contou que fingiu que os gritos de incentivo para Morceau eram, na verdade, para ela.
“É uma coisa que nem sei descrever. Eu tive a oportunidade de ter uma francesa na minha série, então a torcida estava realmente muito agitada. E eu só pensava: ‘Estão torcendo para mim, vamos lá!’ (risos)”, disse Carol.
“Foi para não ficar tão nervosa. Deu certo, e foi uma festa incrível”, completou.
