RACISMO

Kalil propõe solução para acabar com racismo no futebol

Ex-presidente do Atlético-MG ainda exaltou a postura de Vinícius Júnior ao destacar omissão da La Liga
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Os ataques racistas na Espanha contra o atacante Vinícius Júnior, do Real Madrid, continuam a repercutir em todo o mundo entre jogadores, atletas aposentados, celebridades e autoridades. Nesta terça-feira (23/5), o ex-presidente do Atlético-MG e ex-prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, também se manifestou sobre o assunto. Como de praxe, ele foi enérgico e deu uma sugestão para acabar com a onda de crimes.


Desde que chegou à Espanha, Vini Jr. já foi alvo de racistas em pelo menos dez jogos da La Liga. O último caso ocorreu nesse domingo (21/5) contra o Valencia, no Estádio Mestalla, quando diversos torcedores chamaram o brasileiro de “macaco”.

“Querem acabar com o crime? UMA TEMPORADA SEM FUTEBOL EM VALÊNCIA. Quero ver racista espanhol gritando “macaco” em outro estádio. No mais, é blá-blá-blá de branco indignado…”, afirmou Kalil, no Twitter.

Kalil ainda exaltou a postura do atacante do Real Madrid que se posiciona com veemência diante da omissão da La Liga. “Vini Jr não é mais um moleque bom de bola. Agora, assentou na mesa de Muhammad Ali,Tommie Smith, Lewis Hamilton, Bill Russell e mais uns poucos. Menino valente!!!!”, disse.

Kalil contra racismo

Essa não é a primeira vez que Alexandre Kalil se manifesta publicamente de forma enfática contra o racismo. Em novembro de 2019, um clássico entre Atlético-MG e Cruzeiro, pelo Campeonato Brasileiro, ficou marcado por um episódio de injúria racial.

Naquele ano, dois irmãos torcedores do Atlético-MG foram acusados de injúria racial contra um segurança do Mineirão. Os atleticanos teriam cuspido em direção ao segurança e chamado o profissional de “macaco” por duas vezes. Além disso, um dos torcedores teria falado “olha a sua cor”.

Após a repercussão do caso, o então prefeito de BH afirmou o seguinte. “Isso aí é repugnante, é horrível. Estava comentando com um filho esse assunto por telefone e falei: ‘gente, esse povo tem que vir aqui para a prefeitura para eu ensinar um monte de palavrão para eles, não precisa de ofender a cor da pessoa. O que ele foi falar? Ele foi tocar no que toca, no que ofende, no que humilha. O racismo não é um soco, é um caso pensado, feito para machucar. Você dá um soco na pessoa, é raiva, é coisa de momento. O racismo é feito para machucar. Outra coisa, enquanto não tivermos uma punição definitiva, isso não vai acabar”, ressaltou Kalil.

No início de 2022, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais absolveu os dois torcedores, em segunda instância. O processo foi arquivado. Na decisão, os desembargadores apontaram que os irmãos agiram em “crescente e justificável ira” contra o segurança, que os teria impedido de estar em um ponto mais seguro do Mineirão, em meio a uma confusão entre outros torcedores após o clássico.

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